São Paulo – A extensão da quarentena em todo o estado de São Paulo até o dia 31 de maio foi anunciada nesta sexta-feira (08) pelo governador João Doria em coletiva de imprensa na qual também foram divulgadas algumas diretrizes para o plano de retomada econômica.
O critério para relaxamento da quarentena será quando houver redução sustentada dos casos e a ocupação dos leitos de UTI ficar inferior a 60%.
“Estamos prontos para colocar o plano em vigor no momento em que os indicadores de saúde determinarem que é o momento seguro”, disse a economista Ana Carla Abrão, coordenadora do Conselho Econômico do Estado de São Paulo.
O grupo, criado para auxiliar o governo estadual no diagnóstico das medidas, também contou com a colaboração dos conomistas Alexandre Schwartzman, Eduardo Haddad e Persio Arida.
Foram ouvidas 150 entidades e 250 empresas. Transportes e Educação receberão tratamento próprio.
Mas de forma geral, a flexibilização será em quatro fases, com priorização de setores de acordo com a “vulnerabilidade econômica e empregatícia”.
De 67 setores econômicos, 15 foram identificados como mais críticos. São eles:
- Serviço doméstico
- Organizações associativas e outros serviços pessoais (academia e beleza)
- Atividades artísticas, criativas, eventos e espetáculos (economia criativa)
- Comércio
- Construção civil e infraestrutura
- Outras atividades administrativas, turismo e serviços complementares
- Alojamento e hotelaria
- Edição e edição integrada à impressão
- Alugueis não-imobiliarios e gestão de ativos de propriedade intelectual
- Alimentação, bares e restaurantes
- Atividades imobiliárias
- Transporte terreste
- Transporte aéreo
- Educação Pública
- Economia criativa – produção audiovisual
Patricia Ellen, secretária de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do Estado de SP, destacou que a economia será retomada de forma faseada e com novos procedimentos.
“A gente não vai voltar à normalidade enquanto estivermos convivendo com covid-19. Teremos que fazer essas atividades de uma forma diferente, por isso que o trabalho de protocolos é tão importante”, disse Ellen.
A previsão é que os protocolos sejam finalizados e anunciados nos próximos dias, e que a intensidade destes protocolos seja mais forte em um primeiro momento e flexibilizadas ao longo do tempo.
O prefeito Bruno Covas lembrou que não há oposição entre saúde e economia, ponto também levantado por Henrique Meirelles, secretário da Fazenda do estado.
“Circula em meios de opinião e poder que o isolamento é o que está causando a crise. Não é. É o contrário. A crise é causada pela pandemia. Isso parece óbvio, mas no discurso e ações de muitos, estão exatamente agindo na direção contrária”, disse Meirelles.
Ele deu o exemplo de setores onde não há restrição legal, como serviços domésticos, mas que ainda assim são um dos mais afetados devido às mudanças de comportamento.