Dia Mundial da Saúde Mental: veja as 50 empresas mais bem avaliadas em práticas de saúde e bem-estar

O Dia Mundial da Saúde Mental, celebrado dia 10 de outubro, foi criado em 1992 pela Federação Mundial de Saúde Mental com o apoio da Organização Mundial da Saúde com o objetivo de conscientização e apoio às práticas de bem-estar seja no âmbito pessoal ou profissional. A data se tornou uma campanha durante o mês de outubro e cada ano tem um tema. Neste ano foi escolhido como tema: “A saúde mental é um direito humano universal”, trazendo como mensagem que a saúde global deve ser vista como um compromisso e direito global.

Desde os anos 90 o tema saúde mental vem ganhando destaque e crescendo de forma mais transparente, quebrando paradigmas, mas foi com a pandemia que o tema explodiu e vimos empresas adotando diferentes medidas em combate a transtornos mentais como ansiedade e burnout.

O Brasil é o país da América Latina com a maior prevalência de transtornos de depressão e o 1° do mundo em transtornos de ansiedade, segundo dados da OMS. Para entender como as empresas estão se movimentando em prol à saúde mental no país, o Instituto Philos Org, lança neste ano o “Anuário Saúde Mental nas Empresas 2023”, que avaliou as 100 maiores empresas do Brasil, que juntas registram cerca de 3 milhões de empregados e faturam quase 5 trilhões de reais. Foi avaliado, não a cultura, mas o que essas empresas declararam em relação as suas iniciativas no relatório mais recente, de 2022 ou 2021.

Quais foram os fatores avaliados para este ranking?

Cada empresa foi analisada por 7 fatores, mas dois deles tem mais peso: promoção da saúde integral (que envolve saúde física e mental), e o desenvolvimento de lideranças, segundo Carlos Assis, psicólogo clínico e fundador do Instituto Philos Org.

“Além da empresa apostar tanto em práticas físicas e mental, é preciso investir em treinamentos para liderança, porque as pessoas não seguem empresas, elas seguem líderes. Se não transformarem os líderes, todas as ações poderão ser muito bonitas, mas elas não irão se materializar, porque o ambiente de segurança psicológica não vai se estabelecer.”

Abaixo, os 7 fatores de análise do ranking:

Programa de saúde integral: atividades integradas de saúde mental e saúde física. “A empresa que tem um programa integral, e não isolado, ela já começa sendo bem avaliada, porque ao integrar as ações de promoção da saúde física e mental em um programa único e estruturado, que abarque todas as iniciativas de forma coordenada, a empresa potencializa o impacto dos resultados na saúde como um todo,” diz Assis.

Desenvolvimento de lideranças e psicoeducação: treinamento de líderes para criar uma segurança psicológica, e desenvolvimento de funcionários por meio de uma técnica da psicologia para educar a pessoa em relação à saúde.

Psicologia, psicoterapia e psiquiatria: trata-se de um programa estruturado de incentivo à psicoterapia.  “Ainda há um estigma para quem está com problema de saúde mental, mas é um instrumento de autoconhecimento. Algumas empresas têm incentivo para isso, seja por meio de um canal online ou em company,” afirma o psicólogo.

Meditação, ioga e práticas integrativas: promover um ambiente para essa prática. “Tem empresas que tem um andar inteiro para a pessoa meditar, por exemplo. A pessoa aprende respirar e a se concentrar”.

Grupo de afinidades e ações em comunidades: atividade que promovam a diversidade e inclusão. “Não podemos falar de saúde mental se a pessoa não está incluída no ambiente, aqui falamos sobre diversidade e inclusão, e medimos a partir de grupos de afinidades e ações em comunidades,” afirma Assis.

Mídias, canais e plataformas: canais de atendimento para a saúde mental e plataforma para exercícios. “Um dos bancos tem um app de psicoterapia, por exemplo.”

Psicometria e Date analytics: medir por meio de dados e de parâmetros técnicos definidos pela psicologia como está o bem-estar. “É como se fosse um termômetro corporativo que mede o bem-estar, por meio de pesquisas que geram dados.”

Com esses 7 pilares combinados é possível formar as melhores práticas de saúde mental, diz o psicólogo. “Com esses pilares aplicados na sua extensão máxima, entendemos que há uma busca por saúde mental, desde que a cultura esteja permitindo que tudo isso aconteça”.

Quais setores mais se destacaram no ranking?

De acordo com o estudo, o setor financeiro lidera o ranking de boas práticas voltadas à saúde mental:

  • Financeiro: 11,09
  • Tecnologia e Comunicação: 6,19
  • Comércio: 6,02
  • Indústria: 4,83
  • Energia e Recursos Naturais: 4,17
  • Alimentos e Bebidas: 3,44
  • Agronegócio: 2,59
  • Serviços, Transp. e Logística: 2,18

O setor financeiro se destaca nas práticas de saúde mental, porque se depararam com o problema: os afastamentos começaram a crescer.

“O financeiro é composto pelos bancos, que além do estresse do mercado financeiro, tem como principal cultura de trabalho a prestação de serviço, ou seja, não tem processos industriais envolvidos. Tudo envolve a relação, seja com o cliente ou chefe, e é dessa forma que os afastamentos acontecem, afinal é uma área que tem uma menor incidência de acidente do trabalho.”

Apesar da doença mental ser a terceira causa de afastamento do setor do agronegócio, o setor aparece entre as últimas posições, por ter uma dispersão maior das causas de afastamento.

“No agro há acidentes de máquina agrícola, além de afastamentos por saúde mental. O foco ainda está mais no ambiental, e não tanto no ambiente de cultura e gestão, ou seja, na área social, que impacta a saúde mental. A ótica vem muito da natureza do negócio.”

O psicólogo reforça que quanto mais próxima da indústria, piores serão os índices de desenvolvimento de práticas de saúde mental.

Quais foram as 50 empresas mais bem avaliadas em práticas de saúde mental?

Ao estudar as 100 maiores empresas do Brasil em práticas de saúde mental, com avaliação que varia de 0 a 16, Assis afirma que o instituto busca promover o investimento em saúde mental dessas companhias e de outras que se espelham nelas. “Queremos com esse estudo gerar um impacto social significativo no mercado, com um efeito cascata, afinal, não são apenas 3 milhões de funcionários que terão acesso às iniciativas de saúde, familiares e amigos também poderão ser contagiados.”

Abaixo, as 5o das 100 empresas mais bem avaliadas em práticas de saúde mental e bem-estar, segundo estudo:

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