Empresa da África do Sul que quer encantar clientes do varejo compra negócio de SC para expandir

O publicitário Rhuan Willrich trabalhava há dois anos na área digital da Havan, em Brusque (SC), quando resolveu sair para criar seu próprio negócio. Junto de outro colega de empresa e de outros três fundadores, criou a Híbrido, uma consultoria para digitalização de negócios.

Dez anos e cerca de 500 projetos depois, o negócio está sendo vendido. A empresa acaba de anunciar a venda da operação para a multinacional Smollan, da África do Sul. A companhia sul-africana desenvolve projetos de venda para o varejo físico e conta com cerca de 80.000 funcionários em quase 80 países diferentes.

A aquisição é uma estratégia da Smollan para oferecer também soluções digitais para seus clientes, além do físico, que é o carro-chefe do negócio.

A Smollan é responsável por fazer ativações em pontos de venda para melhorar a experiência de compra. Se uma indústria de café, por exemplo, quer aumentar as vendas em uma rede de varejo, ela pode contratar a Smollan, que fará um plano de ação. A estratégia pode incluir degustações ou especialistas indo aos supermercados para explicar mais sobre o produto.

A Smollan também pensa na estratégia de como posicionar o produto no ponto de venda. Pode fazer gôndolas exclusivas, temáticas ou customizadas. Pode ajudar na escolha de quais produtos priorizar na venda e toda análise do que contempla o varejo físico.

Hoje, está presente em 80.000 pontos de venda pelo Brasil. Globalmente, atende clientes como Unilever e Diageo.

“Executamos muito bem no varejo físico e pensamos que podemos usar essa expertise no mundo digital”, diz o CEO da Smollan no Brasil, Stenio Souza.

O valor da negociação não foi informado. Os cinco fundadores da Híbrido continuarão no negócio.

Como aconteceu a aquisição

A Híbrido começou a pensar em um processo de fusão e aquisição há alguns anos, quando quis estruturar uma expansão. Eles queriam atingir novos mercados e entenderam que a melhor maneira de fazer isso seria a partir da fusão.

A conversa com a Smollan começou há dois anos, a partir de uma conexão feita pela agência WPP, que tem participação minoritária no braço brasileiro da empresa sul-africana.

A negociação, porém, avançou mesmo há seis meses.

“O contato aconteceu no momento certo, porque estávamos na agenda de buscar uma empresa no mercado que pudesse ajudar a Smollan no desenvolvimento do digital”, diz Souza. “E tivemos a felicidade que no momento que houve esse contato, houve uma conexão de valores entre as empresas”.

O escritório da empresa continuará em Brusque. O nome também será mantido.

Artur Ebele, Misso Marchewsky, Ráfaga Gianesini, Arnon Fumagalli, Rhuan Willrich, Felipe Hort, Nícolas Tamanini Marchewsky, Leonardo Gevaerd, Renan Nemer Elias, da Híbrido: empresa foi vendida a grupo sul-africano (Smollan/Divulgação)

Como a Smollan está se posicionando no Brasil

A Smollan nasceu em 1931 na África do Sul, mas está no Brasil há pouco menos de 10 anos. Ela entrou no mercado brasileiro com a aquisição da da iTrade, que foi fundada por Stenio Souza em 2006.

“Eu brinco que comecei no chão de fábrica”, afirma Souza. “Eu era promotor nos pontos de venda. Foi assim que conheci as estratégias e desafios do varejo físico”.

Foi em 2015 que a iTrade passa a fazer parte do grupo Smollan. É também quando a empresa entra no Brasil. Hoje, já atua em cerca de 80.000 pontos de venda por aqui, e com a aquisição da Híbrido, passa a ter 280 funcionários.

Quais são os próximos passos

Está na mira da Smollan avançar na América Latina. A empresa acaba de entrar na Colômbia. Também tem operações na Argentina, Chile, Paraguai, Uruguai e Peru.
Com a aquisição, vai intensificar outro produto: o varejo digital, além do varejo físico. Mais: querem oferecer produtos integrados. Ou seja, venda por omnicanalidade.

A expectativa da empresa é crescer 4 vezes nos próximos 4 anos, mas não abre os números brutos.

Quem é a Híbrido, de Santa Catarina

A Híbrido nasce da junção de cinco fundadores, entre designers e publicitários. Dois tinham experiência na Havan, mas todos tinham uma coisa em comum: eram freelancers.

A empresa atuou sempre como consultora para digitalização dos negócios. Inicialmente, atendia clientes locais, como pequenas indústrias do interior de Santa Catarina que queriam ter um canal direto com o consumidor final.

Nos últimos anos, expandiram o negócio e começaram a atender empresas de outros Estados. Hoje, a maior fatia dos 40 clientes ativos está em São Paulo.

Um exemplo de atuação foi a Midea, de ar condicionado. A Híbrido fez um projeto de consultoria e agência para aumentar as visitas no site da empresa. O resultado foi que, em seis meses, houve mais visualizações do que os 10 anos anteriores.

“Temos para aprender sobre o mundo físico, mas o que mais chama atenção é que as marcas, mesmo aquelas que nasceram digitais, estão entendendo que a jornada completa é uma experiência integrada”, diz Willrich. “Se juntando à Smollan, vamos conseguir oferecer produtos completos”.

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