EUA vive sua 'Black Friday' em contexto econômico incerto

As compras da Black Friday marcaram esta sexta-feira, 24, nos Estados Unidos, onde as lojas oferecem grandes descontos em um ambiente econômico melhor do que o esperado, embora com algumas incertezas.

Cerca de mil pessoas entraram na loja Macy’s em Manhattan quando ela abriu às 6h locais (8h de Brasília), após uma contagem regressiva simbólica.

“Maquiagem, um casaco… Há promoções boas”, comentou Shira Clements, de 27 anos, que foi às compras com sua amiga Dani Ditchek, de 26.

“É melhor” comprar em uma loja do que na internet. “Passamos tempo juntas. É uma experiência”, opinaram.

“É a Black Friday, e há grandes promoções. Não há lugar melhor do que Manhattan para fazer compras para o Natal”, explicou Sandee Foster, de 74 anos, que estava terminando suas compras para as festas.

Ela e seu amigo George Lawrence, de 72 anos, procuram por qualquer oportunidade de compra “que apareça”. Participam todo ano porque gostam da “atmosfera” do dia.

Compras e mais compras

A febre de compras gerada por este dia de consumo, que se tornou tradicional nos Estados Unidos e se espalha para o resto do mundo, tomou conta das vitrines e dos sites das lojas. E-mails estão saturados de ofertas e a publicidade começa cada vez mais cedo.

“Os comerciantes estão preocupados, tentam captar os gastos dos consumidores antecipadamente para garantir”, explica Randy Allen, professor de administração da Universidade de Cornell.

Além da “Black Friday”, há a “Cyber Monday”, na segunda-feira, focada em produtos eletrônicos. De acordo com a Adobe Analytics, nesta sexta-feira serão faturados cerca de US$ 9,6 bilhões (R$ 47 bilhões, na cotação atual), e na segunda-feira, cerca de 12 bilhões (R$ 58,8 bilhões).

No total, a “Cyberweek”, como é conhecido o período entre o feriado de Ação de Graças, celebrado na quinta-feira, e a segunda-feira seguinte, movimentará cerca de US$ 37,2 bilhões (R$ 182,2 bilhões) apenas online (+5,4% em relação a 2022).

Segundo a Federação Nacional de Varejistas (NRF, na sigla em inglês), mais de 182 milhões de pessoas farão compras durante esses dias. São 16 milhões a mais do que no ano passado, um recorde desde 2017, quando começaram os registros.

A NRF espera vendas para a temporada de festas de final de ano – novembro e dezembro – de quase US$ 1 trilhão (R$ 4,9 trilhões, +4%).

De acordo com a Adobe Analytics, as compras por um smartphone estarão em alta e superarão pela primeira vez as realizadas por computadores.

“Os clientes buscarão itens que realmente desejam e precisam, em vez de comprar por impulso”, estima Neil Saunders, diretor da GlobalData. Isso “não é necessariamente bom para os comerciantes”.

Consumidor de pé

A amplamente anunciada recessão não se concretizou nos Estados Unidos, e os consumidores mostraram-se “resilientes”, destacam vários especialistas, apesar da persistência de algumas incertezas.

A inflação parece estar controlada, mas segue acima da meta de 2% estabelecida pelo Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), que interrompeu o aumento de suas taxas de referência, ainda que as mantenha em seus maiores níveis em 22 anos.

As economias da pandemia desapareceram, a moratória autorizada para empréstimos estudantis não está mais em vigor e o endividamento com cartões de crédito atingiu níveis recordes, assim como as taxas de juros cobradas pelos emissores, ao redor de 20%.

No entanto, o desemprego está em mínimos históricos, sendo fundamental para sustentar o consumo.

Em cerca de 30 países, incluindo França, Reino Unido, Estados Unidos, Alemanha e Japão, funcionários da Amazon estão em greve, coincidindo com a “Black Friday”, para pressionar por melhores condições de trabalho.

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