O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, deve chegar aos 127.000 pontos ao final deste ano, projeta o BB Investimentos. A casa revisou a projeção para o índice, que antes indicava um patamar de 133.000 pontos até o final de 2023.
A mudança envolve fatores internos e externos. No cenário local, o BB Investimentos aponta que os últimos números divulgados pelas empresas, do quarto trimestre de 2022, foram negativos. E para a próxima temporada de balanços, o BB não enxerga gatilhos positivos que impulsionem os resultados das companhias – e consequentemente suas ações. Os balanços do primeiro trimestre, a propósito, devem começar a ser divulgados a partir da segunda quinzena de abril.
Externamente, a crise bancária global que começou com o Silicon Valley Bank (SVB) e atravessou o Atlântico para atingir o Credit Suisse parece estar controlada na avaliação dos analistas. Ainda assim, a turbulência continua mostrando efeitos, especialmente no holofote que colocou sobre a trajetória de alta de juros nos Estados Unidos e seus impactos na economia.
Depois da quebra do SVB, o mercado começou a apostar em uma redução do aperto monetário por parte do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). Em sua última reunião, o Fed abrandou o ritmo de alta, respondendo a essas expectativas. Ainda assim, nada indica que essa deve ser a postura do BC americano para os próximos meses.
“Embora o mercado concentre as apostas não apenas pelo fim da alta da taxa de juros nos EUA, mas também pelo início de um ciclo de cortes a partir do segundo semestre, a sinalização oficial dos dirigentes do banco central americano até agora segue em sentido contrário, dada a persistência incômoda dos núcleos de inflação em patamares elevados”, avaliam os analistas.
No campo positivo, o BB Investimentos projeta que a retomada da atividade econômica na China pode ser um gatilho positivo para as commodities, o que, por sua vez, poderia beneficiar as gigantes exportadoras brasileiras. Além disso o fluxo de capital estrangeiro para o Brasil poderia ser beneficiado a partir definição do arcabouço fiscal, a nova regra do governo para controlar as contas públicas e a trajetória da dívida.
“Acreditamos que abril promoverá um ambiente de maior apetite a risco, com espaço para que o Ibovespa corrija as perdas mais recentes na esteira de maior fluxo de capital estrangeiro para a bolsa”, afirmaram. O Ibovespa caiu quase 3% em março que poderia ser corrida considerando, principalmente, por uma melhora nas expectativas para a trajetória de juros no segundo trimestre.
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