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João Campos e Tabata Amaral tentam aproximar Luciano Huck do PSB de olho em 2022

A vitória de Arthur Lira (Progressistas-AL) na Câmara dos Deputados reforçou a percepção no grupo mais próximo a Luciano Huck de que é necessário construir uma estrutura partidária consistente para viabilizar o projeto presidencial do apresentador e empresário.

No cálculo são levados em conta fusões de legendas e um arranjo que sustente a proposta de um centro liberal e democrático, capaz de se contrapor à polarização entre bolsonaristas e petistas.

Desde o ano passado, ao menos quatro partidos já sondaram Huck e, com o DEM fragmentado e mais governista, uma opção que passou a ser avaliada é o PSB.

As conversas com o partido ocorrem desde o ano passado e têm sido estimuladas pelo prefeito do Recife, João Campos (PSB), e por sua namorada, a deputada federal Tabata Amaral (SP), que está rompida com seu partido, o PDT. Tabata tem relação próxima com Huck e foi a ponte entre ele e Campos. Os dois jovens políticos integram o RenovaBR, grupo de renovação e formação política que tem o apoio do apresentador.

O filho do ex-governador e ex-presidenciável Eduardo Campos (que morreu em um acidente aéreo na campanha de 2014) e Huck também estreitaram a relação quando João Campos assumiu, aos 27 anos, o mandato de deputado federal e adotou uma agenda ambientalista e progressista. No Congresso, o atual prefeito da capital pernambucana foi relator da CPI do Óleo e presidiu a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Renda Básica.

O DEM, que flertava com o apresentador, mergulhou em uma crise interna após a eleição da presidência da Câmara, quando a bancada liberou seus deputados para votarem em Lira – líder do Centrão e candidato do presidente Jair Bolsonaro. A aproximação da legenda com o Palácio do Planalto e a iminente desfiliação do deputado Rodrigo Maia (RJ) têm o potencial de esfriar as conversas do DEM com Huck.

A alternativa PSB tem como pano de fundo uma possível fusão entre a sigla socialista e o PCdoB, o que resultaria na criação de uma legenda de centro esquerda. Apesar de ainda embrionária, a tese tem sido bem recebida por quadros dos dois partidos. De acordo com interlocutores de Campos, há consenso de que é preciso construir pontes no campo da esquerda além do PT.

“A fusão do PSB com o PCdoB é uma possibilidade. Há conversas entre os líderes dos dois partidos”, disse o deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP). “Assim como em 2018, a eleição de 2022 também não será convencional. A ideia é buscar uma pessoa da sociedade e acima dos partidos, mas ainda não aconteceu nenhuma conversa da direção do PSB com o Huck”, afirmou o presidente do PSB, Carlos Siqueira.

Em conversas reservadas, Huck tem revelado ter admiração pelo governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), com quem tem mantido conversas regulares nos últimos dois anos. O governador fez duas visitas ao apresentador, no Rio, antes da pandemia da covid-19. Durante a pandemia, organizaram pelo menos cinco reuniões virtuais com públicos diferentes, entre empresários, políticos e ativistas.

Dino vê em Huck um quadro “liberal progressista”, que, uma vez eleito, não adotaria uma agenda de esquerda “puro sangue”, mas faria um governo associado à pauta de proteção social e ambiental. Em uma das conversas que tiveram, Huck chegou a perguntar a Dino, que era juiz, sobre sua experiência de deixar um “porto seguro” para se aventurar na política.

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