Magazine Luiza (MGLU3): por que analistas não estão confiantes com alta de 20% nesta semana?

Novembro tem sido de ganhos para as ações da Magazine Luiza (MGLU3) no Ibovespa, que acumulam alta de 20,81% apenas nos dez primeiros dias do mês. Ainda que o cenário pareça favorável à companhia, que divulga o seu balanço do terceiro trimestre na próxima segunda-feira, 13, os analistas não parecem empolgados.

Short squeeze à solta

Na visão de especialistas ouvidos pela EXAME Invest, parte do movimento ascendente da Magazine Luiza nos últimos pregões deve-se, principalmente, à expectativa de queda futura — o que no jargão do mercado é chamado de short squeeze. Fernando Ferrer, analista da Empiricus Research, explica que o salto recente fez parte de uma tomada de riscos por parte dos investidores.

“Há um pouco de movimento técnico de short squeeze em MGLU3. Basicamente, o papel estava bastante ‘vendido’. E quando há uma melhora do cenário macroeconômico, esses investidores, que estão apostando na queda dos papéis, recompram a ação para não estarem posicionados ou para reduzir a exposição a esse evento”, afirma.

A exemplo disso, o cenário macroeconômico serviu de trampolim para as ações da Magalu saltarem 23,78% na terça-feira foi a ata do Comitê de Política Monetária (Copom). O papel já tinha repercutido na última semana a decisão do Banco Central para cortar a taxa Selic para 12,25% ao ano. No dia seguinte da decisão, as ações subiram 12,03%.

Esse impacto, como lembra Gabriel Costa, analista da Toro Investimentos, deve-se ao fato de a taxa básica de juros influenciar diretamente tanto na demanda por crédito quanto nos custos de capital de empresas como a Magalu. “Os membros do Copom sinalizaram que mais cortes de juros na magnitude de 0,50 pontos percentual (p.p.) estão contratados, o que beneficia as empresas mais cíclicas do setor de varejo”, esclarece.

Balanço do 3T23 da MGLU3

A temporada de balanços do terceiro trimestre segue a todo vapor, mas poderá frear a trajetória de alta das ações da Magazine Luiza. A exemplo disso, sua concorrente, a Casas Bahia (BHIA3), divulgou números que decepcionaram investidores e analistas, com resultados mais baixos do que já eram esperados

Com um cenário ainda desafiador para a companhia, a expectativa dos analistas é que o balanço da Magalu não siga um caminho diferente da rival. “Ainda que os cortes de juros possam beneficiar a empresa, o ambiente está mais competitivo, o que pressiona mais os resultados. Para os balanços que serão divulgados, a expectativa é de retração das receitas na casa de 3% a/a e de 8% do Ebitda, dada a menor demanda no terceiro trimestre”, avalia Costa.

Black Friday e Natal: oportunidades para Magazine Luiza?

Falando em competitividade, o fim do ano é a principal época para o varejo brasileiro. E não é à toa: black friday e Natal impulsionam o consumo em todo o país. Ainda assim, as perspectivas não são muito otimistas nem para a Magazine Luiza, nem para a Casas Bahia.

Na visão de Ferrer, ambas companhias não terão balanço suficiente para estarem bem estocadas e fazerem um promocionamento que as façam atuar como protagonistas nas compras de fim de ano. “Acredito que elas serão mais coadjuvantes. A minha posição é para o setor de e-commerce, com o Mercado Livre (MELI34), que eu acredito ser o grande cavalo para o segmento”, finaliza.

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