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Nem tudo está perdido: os estados na trilha do crescimento em 2022

Enquanto a maioria das unidades da federação deverá apresentar um crescimento econômico pífio este ano – ou até encolher –, alguns estados deverão trilhar o caminho oposto. A maior expansão está prevista para a região Norte, graças a fatores como a valorização das commodities, investimentos em infraestrutura e os bons resultados do agronegócio, segundo um estudo da Tendências Consultoria.

O Pará lidera a fila, com um aumento projetado de quase 3% do PIB, um pouco maior do que o registrado em 2021, seguido por Rondônia (1,6%), o segundo estado que mais deve crescer este ano, e Amapá (1,3%). “A produção de commodities, seja minério de ferro ou alimentos, deve aumentar na região este ano”, diz a economista Camila Saito, sócia da Tendências. “A indústria metalúrgica também vem crescendo, especialmente no Pará”.

A Vale, uma das maiores mineradoras do mundo, deve conquistar um aumento da produção este ano, passando de cerca de 320 milhões de toneladas em 2021 para 335 milhões de toneladas. Boa parte desse crescimento deve acontecer no Pará, onde se encontram algumas das maiores jazidas do país. Até 2024, a indústria de mineração deve investir 22 bilhões de reais no estado, segundo a Simeral (Sindicato das Indústrias Minerais do Estado do Pará).

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Em 2021, a exportação do minério de ferro bateu um recorde, alcançando 36,6 bilhões de dólares. Impulsionado pela retomada econômica global e um aumento dos preços no mercado internacional, o pagamento de royalties aos governos estaduais superou 10 bilhões de reais no ano passado, de acordo com o Ibram (Instituto Brasileiro de Mineração). A matéria-prima, um dos principais produtos da pauta de exportações brasileira, atrás deverá continuar em alta este ano. “O agro também tem desempenhado um papel importante no PIB da região”, diz Saito.

Rondônia, outro estado bem colocado no ranking do crescimento, vem despontando como uma das novas fronteiras agrícolas do país. Nos últimos quatro anos, houve um aumento de 30% na produção de grãos no local, de acordo com dados do Ministério da Agricultura. “A região Norte como um todo tem experimentado uma expansão importante do agro, especialmente no que diz respeito à soja, milho e café”, afirma o economista José Garcia Gasques, coordenador-geral de Avaliação de Políticas e Informação da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura. “O café vem crescendo muito em Rondônia, com ótimos resultados de qualidade e volume”, diz.

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Saneamento básico

A precariedade do saneamento básico no Norte, em que mais de 60% dos municípios não contam com rede de esgoto e 40% não têm acesso á água potável, vem impulsionando um boom de obras, em grande em função da aprovação de uma nova lei. O marco regulatório do saneamento, de 2020, em 2020, tornou obrigatória a universalização do serviço e estabeleceu uma série de regras – e metas – para as empresas do segmento. Com isso, houve um incentivo a novas licitações.

A concessão de fornecimento de água e tratamento sanitário no Amapá, arrematada por um consórcio liderado pela Equatorial Energia, movimentou o mercado em 2021. A previsão é de investimentos da ordem de quase 5 bilhões de reais. As obras já começaram.  A Equatorial tem a missão de universalizar o acesso ao tratamento de água e esgoto em 16 municípios do Amapá nos 35 anos do contrato. De acordo com a empresa, deverão ser criados 45 mil empregos diretos com a ampliação do serviço.

Estão em pauta também licitações no Acre e Rondônia. Ao mesmo tempo, outras unidades federativas passam por um momento de expansão da construção civil. Só em 2021, reformas no aeroporto de Belém, no Pará, para recuperação do asfalto das pistas de pouso e decolagem, além do alargamento das faixas, demandaram investimentos de quase 80 bilhões de reais, realizados pelo governo. No total, 11 entregas públicas movimentaram 374 milhões na região em 2021, incluindo a pavimentação de estradas, a construção de pontes e a dragagem de hidrovias.

“Foram entregues obras que estavam paralisadas e já movimentam a economia no dia seguinte, como a pavimentação dos últimos 52 quilômetros que faltavam da BR-163, no Pará”, diz Marcello Costa, secretário nacional de Transportes Terrestres do Ministério da Infraestrutura.

Para este ano, estão previstos os leilões dos terminais aeroportuários de Belém e Macapá, no Amapá, do chamado Bloco Norte, com aportes ao redor de 875 milhões de reais e outorga mínima de 57 milhões de reais, segundo o Ministério da Infraestrutura. “Seria ainda mais representativo se o Norte tivesse uma força maior no PIB do Brasil”, diz Saito.

Hoje, a região representa 5,7% da geração de riquezas no país. Metade do PIB nacional é produzido por apenas quatro unidades da federação, São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Distrito Federal, que devem registrar estagnação este ano. A expectativa é que a economia do país cresça apenas 0,5%, com a pressão de custos maiores, a crise na cadeia global de abastecimentos causada pela pandemia e incertezas no campo fiscal.



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