Números surpreendentes de como usamos os recursos naturais

Somente quando nos deparamos com alguns números é possível enxergar como são impressionantes os dados relativos aos recursos que extraímos do planeta, seja quanto ao consumo, ao desperdício, ao impacto para o futuro ou a como poderíamos reduzir tudo isso.

Para que você tenha uma noção mais clara da grandiosidade da questão – e da urgência em reverter esse quadro antes que a Terra não suporte mais o nosso estilo de vida –, selecionamos alguns levantamentos realizados por importantes organizações socioambientais nacionais e internacionais sobre como usamos hoje (e como podemos passar a usar) esses bens naturais. Certamente você vai se surpreender com alguns deles.

A extração de recursos naturais mais do que triplicou nos últimos 50 anos, incluindo um crescimento de 45% no uso de combustíveis fósseis.

Hoje, consumimos globalmente 92 bilhões de toneladas de material vindo da natureza. Em 2060, esse número pode chegar a 190 bilhões de toneladas.

Retiramos do meio ambiente 60% mais de recursos do que a Terra é capaz de regenerar em um ano. Se seguirmos esse padrão, em 2050 serão necessários 3 planetas para atender a nossa demanda.

De 2015 até 2060, a projeção é que o aumento na utilização de recursos reduza mais de 10% das florestas do planeta.

Metade do total de emissões de gases do efeito estufa e mais de 90% da perda de biodiversidade global se devem à extração e ao processamento de material, combustíveis e alimentos.

61,1 bilhões de toneladas de minérios metálicos, energia fóssil e minerais não metálicos são extraídos da Terra por ano. Um telefone, por exemplo, é produzido com até 42 minerais diferentes, como alumínio, berílio, carvão, cobre, ouro, ferro, calcário, sílica, prata, talco e volastonita. Em uma TV, 35 minerais são usados e, em um computador, mais de 30.

Se empilharmos os recursos que nós, brasileiros, consumimos ao longo da vida numa torre de 1 m de diâmetro, ela alcançaria 160 andares. Essa é a altura do maior prédio do mundo, o Burj Khalifa, em Dubai.

O consumo médio de água no Brasil é de 154 litros por habitante ao dia. Bem acima dos 50 a 100 litros/dia que a OMS define como suficientes para suprir as necessidades básicas de uma pessoa.

Cada brasileiro gera, em média, em torno de 380 quilos de lixo por ano. Dá mais de 1 quilo por dia. Se tudo isso, ao fim do ano, fosse espalhado em uma estrada percorrendo o litoral inteiro do país (7.400 quilômetros de extensão e 3,6 metros de largura), formaria uma muralha de 13 metros de altura.

A geração de resíduos sólidos urbanos no país aumentou cerca de 19% na última década. Foram 79,6 milhões de toneladas. Só o Sudeste responde por 49,88% desse total.

Apenas de plásticos, foram 13,35 milhões de toneladas descartadas ano passado no Brasil.

Retirada de resíduos de igarapé em Manaus.

Retirada de resíduos de igarapé em Manaus. (Altemar Alcântara/Semmcom/Divulgação)

O descarte inadequado de lixo no país tem um custo ambiental e para tratamento de saúde perto de 1 bilhão de dólares por ano.

1 milhão de garrafas plásticas de bebidas são compradas por minuto no mundo. E 5 trilhões de sacolas plásticas descartáveis são usadas a cada ano. 

A humanidade produz cerca de 300 milhões de toneladas de resíduos plásticos ano a ano. É quase o mesmo peso de toda a população mundial. Desse total, metade é projetada para ser usada só uma vez e depois jogada fora.

Somente 9% de todos os resíduos de plástico já produzidos no planeta foram reciclados. Perto de 12% foram incinerados e o restante, 79%, acumulados em aterros, lixões ou no ambiente natural.

Só em abril de 2020, a Amazônia perdeu 581 quilômetros quadrados de floresta (43% acima do mesmo período em 2020), o maior índice desde 2016. A área desmatada no mês equivale a aproximadamente 69 estádios de futebol.

De 2002 a 2020, o Brasil foi o país com maior desmatamento de florestas primárias no mundo. Foram mais de 26 milhões de hectares perdidos.

Desmatamento ilegal no Pará.

Desmatamento ilegal no Pará. (Alex Ribeiro/Agência Pará/Divulgação)

No mundo, estima-se que 931 milhões de toneladas de alimentos disponíveis aos consumidores em 2019 foram para o lixo – em residências, varejo, restaurantes e outros serviços alimentares. Esse peso equivale a 23 milhões de caminhões de 40 toneladas totalmente carregados. 

Em nível global per capita, todo ano 121 quilos de alimentos são desperdiçados pelos consumidores.

Quase 129 quilos – essa é a quantidade estimada de comida que as famílias brasileiras jogam fora, em média, todo ano. São 41,6 quilos de alimento por pessoa.

Só entre 2015 e 2017, o Brasil desperdiçou 143.647 Gwh de energia elétrica, um volume 1,4 vez maior que toda a geração de eletricidade de Itaipu em 2016. Essa quantidade poderia abastecer uma cidade de 533.000 habitantes durante um mês. Com isso, até 61,71 bilhões de reais poderiam ter sido economizados.

Individualmente, dá para contribuir com a mudança

Ações simples, possíveis para todos, podem fazer uma diferença enorme, que talvez a maioria desconheça. Veja mais alguns números, com cálculos interessantes sobre como ajustes na rotina podem colaborar para alterar esse cenário:

Deixar de comprar uma camiseta nova = economia de 2.700 litros de água, que dariam para uma família lavar roupa por quatro meses. Além de ser 1,4 kg a menos de gás de efeito estufa na atmosfera, o que equivale às emissões geradas na locomoção de uma pessoa por uma semana indo de metrô para o trabalho. 

Um minuto a menos no banho diário de chuveiro elétrico = no final de um mês, a energia que não foi usada dá para carregar 750 vezes o celular durante 1 hora.

Lavar uma calça jeans a cada 15 dias (em vez de toda semana) = se todo brasileiro fizer isso, em um ano economiza 60 Maracanãs cheios de água.

Uma família de quatro pessoas evitar o uso de uma folha de papel A4 por dia = a água poupada (quase 3.000 litros) dá para essa família escovar os dentes por um ano e oito meses.

Deixar de usar uma sacola plástica por dia em um ano = se cada família brasileira fizer isso, são 19 milhões de sacolinhas a menos na natureza. Enfileiradas, elas cobririam uma distância de 16 viagens de ida e volta da Terra à Lua.

Substituir os copos descartáveis do trabalho por um reutilizável = se 1/3 dos brasileiros aderir a esse hábito, em apenas cinco dias (uma semana de trabalho), seria evitado o uso de mais de 1,7 bilhão de copos. Empilhados em forma de pirâmide, chegariam a quase 5.000 metros de altura.

Transportar-se de metrô ou de trem nas grandes cidades = liberação de seis vezes menos poluentes no ar do que usar o carro.

Substituir o carro pela caminhada ou bike em trechos curtos cinco vezes na semana = redução nas emissões de carbono similares às da geração de energia para manter 12 lâmpadas de LED acesas diariamente, por 6 horas diariamente, ao longo de sete anos.

Uma família, de quatro pessoas, não descartar uma colher de óleo de cozinha na pia todos os dias = no fim de um ano, evita a poluição de mais de 136.000 litros de água, o equivalente para atender às necessidades básicas da casa por quase um ano.

No Natal, ligar o pisca-pisca por 6 horas, em vez de 12, no mês de dezembro = uma economia mensal de energia igual à usada para lavar as roupas da família por dois anos.

 



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