O que é o Estado Islâmico do Khorasan? Grupo reivindicou ataque com mais de 133 mortos na Rússia

Estado Islâmico do Khorasan, também chamado de EI-K ou Isis-K assumiu, na sexta-feira, 22, a autoria do ataque à casa de shows Crocus City Hall, nos arredores de Moscou, com tiros e um incêndio criminoso. Além de ao menos 133 mortos, pelo menos 140 pessoas ficaram feridas. As autoridades russas anunciaram a prisão de 11 pessoas, quatro delas ligadas diretamente ao crime.

Surgido em meados de 2014, o Estado Islâmico do Khorasan tem como base ex-integrantes de um grupo igualmente radical, o Tehrik-i-Taliban, “Movimento dos estudantes”, do Paquistão, presente em áreas de fronteira entre Paquistão e Afeganistão e que mantém uma relação marcada por altos e baixos com o Talibã.

O Estado Islâmico considera a Rússia como inimiga porque o governo de Vladimir Putin apoia o ditador sírio Bashar Al-Assad, que expulsou a organização terrorista da Síria.

A facção segue um modelo similar ao de outras células — chamadas de províncias — do Estado Islâmico pelo mundo: uma relativa independência da liderança do grupo, baseada na Síria e no Iraque, e levando em consideração fatores regionais. O K vem da província histórica de Khorasan, que abrange partes do que hoje são Irã, Afeganistão, Paquistão e de outras nações da Ásia Central.

O Isis-K sempre foi visto como prioritário para as lideranças do Estado Islâmico. Desde o início, recebeu apoio logístico, financeiro e até moral: são inúmeros os vídeos de combatentes do Estado Islâmico na Síria e Iraque saudando a criação do Isis-K.

Sua estratégia de recrutamento era igualmente agressiva, buscando adeptos em áreas rurais e urbanas, sempre com promessas de dinheiro — muitas vezes oferecendo maços de notas de dólar e euro — e um discurso contra o Talibã. Muitas das lideranças do Isis-K viam a milícia como “apóstata”, considerando que eles não aplicavam de forma correta os preceitos do Islã e que se mostravam abertos a conversas com os EUA . Por outro lado, muitos reclamavam da brutalidade do Estado Islâmico, que queimaram grandes áreas de cultivo de papoula, principal fonte de renda de muitos camponeses e do próprio Talibã.

Briga entre Estado Islâmico e Talibã

A crise entre os extremistas explodiu em junho de 2015, quando comandantes do Talibã enviaram uma carta ao líder do Estado Islâmico, Abu Bakr al-Baghdadi, exigindo que suspendesse a campanha de recrutamento no Afeganistão e alegando que só havia espaço para “uma bandeira” na luta para restabelecer um emirado islâmico.

Não houve acordo, e semanas depois o Isis-K passaria a controlar a província de Naranghar, no Leste afegão, e áreas em Helmand e Farah, agora com combatentes recrutados localmente e outros vindos de países da região, como o Uzbequistão. Mas essa fase expansionista duraria pouco, e o grupo foi parcialmente dizimado por bombardeios dos EUA, em 2016, recuando para posições isoladas e perdendo um grande número de integrantes, agora de volta às linhas do Talibã.

Além dos combates, o Isis-K realizou, segundo o Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, centenas de ataques contra posições do governo afegão pró-Ocidente e contra civis, deixando um rastro de horror até mesmo na capital, Cabul.

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