Por que a chegada da Great Wall Motor é boa para os consumidores?

Não dá para negar: a Great Wall Motor – que pretende ser conhecida aqui pela sigla GWM – tem planos ambiciosos para o Brasil. E não é nenhuma surpresa, considerando que a empresa chinesa chegará ao mercado com 10 bilhões de reais no bolso para fazer investimentos (com 4 bilhões de reais para os três anos de operação) e com fábrica em Iracemápolis (SP). Por aqui, a empresa terá dez modelos até 2025, todos com motorização híbrida, híbrida plug-in ou elétrica.

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Quem é a Great Wall Motor?

“Talvez o consumidor ainda não saiba do que se trata, mas a GWM é um dos maiores fabricantes chineses e, quando se fala de China, não há nada pequeno. É tudo superlativo. Tivemos o trauma recente provocado pelo fim das linhas de montagem centenárias da Ford. Por outro lado, existem empresas mais novas, mais enxutas, mais eficientes e mais antenadas com interesse de chegar ao nosso mercado. Isso é positivo”, afirma Raphael Galante, da consultoria Oikonomia.

Durante a apresentação de planos para o país, Oswaldo Ramos, Chief Commercial Officer (CCO) da Great Wall Motor, garantiu que todos os veículos oferecidos aqui farão parte da nova geração que ainda está em desenvolvimento na matriz. Com início das vendas marcado para o último trimestre deste ano, a marca chegará às lojas apenas com importados e, no segundo semestre de 2023, terá produção nacional. Em comum, os modelos serão sempre conectados e autônomos.

O que muda para os concorrentes?

“Empresas chineses já alcançaram um grau de desenvolvimento semelhante a outras indústrias. Na década de 1980, os veículos japoneses tinham problemas de qualidade que foram resolvidos, assim como aconteceu com os sul-coreanos nos anos 2000. Também existe vantagem pela grande escala, enquanto a experiência da China com a eletrificação é praticamente inigualável em qualquer outra parte do mundo”, diz Cássio Pagliarini, da consultoria automotiva Bright Consulting.

Por enquanto, o foco assumido da GWM está nos híbridos comuns, tecnologia semelhante à usada pelo Toyota Corolla e que representa menos custo para consumidor, e híbridos plug-in, que podem ser recarregados na tomada e terão autonomia para até 200 km em modo totalmente elétrico. Por outro lado, os elétricos continuarão como opções de nicho, mas a marca confirmou estudos para o desenvolvimento da tecnologia com células de hidrogênio baseada no uso de etanol.

“Se eu trabalhasse nas rivais da Great Wall, diria ‘tempestade à vista’. Sem dúvida, será desafiador, até pela necessidade de a empresa se firmar no Brasil. Só que eles já têm boa qualidade e desenho atrativo. E, no começo, imagino que venham com muito equipamentos e preços tentadores. Para o mercado atual, é desafio puro, porque a competição terá um novo competidor de peso. No caso de marcas de SUVs e picapes, é importante consolidar mercado antes disso”, diz Pagliarini.

O que muda para os clientes?

Ainda neste ano, a empresa espera ter presença em todo território nacional, com ponto de vendas em todos os estados brasileiros. Só que a ideia é chegar a 130 concessionárias em 112 cidades nos próximos quinze meses – superior à expectativa de 123 revendas anunciadas pela Ford após fechar as fábricas no país. Também há planos da GMW para oferecer veículos por assinatura, só que esse serviço ainda não foi detalhado (assim como plano de manutenção e prazo de garantia).

“Os consumidores brasileiros terão acesso a mais produtos e, com isso, a mais competição entre os fabricantes. Não há dúvidas de que a Great Wall terá muitas inovações e, para ser competitiva, terá de posicionar bem os preços em relação à concorrência. Está claro que o foco da empresa não será volume, mas rentabilidade e ticket médio elevado. Eu acho que eles terão bons resultados”, afirma Milad Kalume Neto, diretor de desenvolvimento de negócios da consultoria Jato Dynamics.

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