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'Solidariedade silenciosa' em Moscou em homenagem a Navalny

Em absoluto silêncio, centenas de moscovitas se sucederam durante todo o sábado, 17, para depositar flores em homenagem ao opositor russo Alexei Navalny, de 47 anos, morto na prisão no dia anterior, que para muitos era um símbolo de “esperança”.

Navalny cumpria pena de 19 anos em uma prisão do Ártico quando as autoridades penitenciárias anunciaram sua morte na sexta-feira, uma notícia que gerou comoção entre seus simpatizantes.

A polícia fechou na manhã deste sábado a praça onde fica o monumento às vítimas da repressão no período da União Soviética, local tradicional de reunião da oposição nas imediações da avenida Sakharov, que leva o nome deste famoso dissidente soviético.

‘A Rússia será livre’

Em frente ao monumento batizado de “Muro do Luto”, centenas de flores, retratos de Navalny e velas foram deixadas por moscovitas, alguns trazendo seus filhos. As mulheres choravam.

“Jamais esqueceremos, jamais perdoaremos”, “Rússia será livre”, “Quem é o próximo?”, “Seu coração pulsava por todos nós”, eram algumas das mensagens escritas em cartazes colocados entre as flores.

“Navalny nos deu a esperança de que a injustiça poderia ser vencida. Graças a ele, acreditei que um dia seria possível construir a ‘maravilhosa Rússia do futuro'”, afirma Alexandre, um motorista de 40 anos, retomando uma expressão famosa do opositor.

“A notícia da morte de Navalny me surpreendeu. Vir aqui e lhe prestar uma homenagem é uma questão de princípios para mim”, conta. “Mas não devemos nos desesperar. Quero acreditar que algum dia a injustiça será vencida”, acrescenta.

Repressão e prisões

A manifestação não esteve isenta da repressão habitual neste tipo de evento. Neste sábado, cerca de 15 pessoas foram detidas, segundo o meio de comunicação independente Sota.

A AFP presenciou quatro detenções e, durante a noite, a polícia não permitiu que os jornalistas se aproximassem do monumento.

Na noite de ontem, centenas de russos depositaram flores diante de outro monumento dedicado às vítimas dos gulags, a Pedra de Solovki, na famosa praça da Lubyanka, sede da KGB soviética e depois do FSB russo.

No total, 359 pessoas foram detidas em reuniões similares em homenagem a Navalny na Rússia nos últimos dois dias, segundo um balanço da ONG especializada OVD-Info.

Muitas ações espontâneas de homenagem ao opositor do Kremlin também ocorreram em todo o mundo, nos países onde há muitos russos exiliados, como nas nações do Báltico e em Berlim.

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