População mais vulnerável demonstra ser mais contrária à volta às aulas
Por André Jácomo*
Com o avanço da vacinação dos brasileiros com comorbidade nas últimas semanas, junho parece ser o mês da vacinação dos profissionais da educação. Em alguns estados, como em São Paulo, a vacinação dos professores se dá em ordem decrescente de idade. Em alguns estados, como no Distrito Federal, a vacinação acontece por nível educacional (primeiro profissionais que atuam em creches, depois ensino básico, médio e superior).
Mesmo andando de forma lenta e descoordenada, o começo da vacinação dos professores levanta a discussão: já é a hora de reabrir as escolas e retomar as atividades presenciais dos alunos e professores?
Pesquisa divulgada recentemente mostra que 46% dos brasileiros são contrários à reabertura das escolas. Já a reabertura das escolas tem apoio de 53% dos brasileiros, mas em tons opinativos diferentes: 7% acreditam que as escolas devem ficar totalmente abertas, 18% afirmam que as instituições de ensino devem fechar apenas em fases mais agudas da pandemia e 28% dizem que as escolas devem ficar parcialmente abertas.
Curiosamente, a opinião contrária à reabertura concentra-se em estratos sociais mais vulneráveis, que em tese, sofrem mais com jornadas extras de trabalho e problemas de infraestrutura doméstica para acesso a aulas digitais: mulheres e brasileiros com menor escolaridade e renda.
Olhando os dados de novos casos e de mortes no Brasil, a discussão sobre reabertura total da educação ainda parece ser uma discussão prematura. Não há garantia alguma de que as vacinas chegarão aos professores antes do próximo semestre letivo e, segundo alguns especialistas, é bem possível que em julho o Brasil passe novamente por uma fase difícil da pandemia. Provavelmente nada será diferente.
*André Jácomo é diretor do Instituto FSB Pesquisa
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