A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou nesta terça-feira, 29, o reajuste na bandeira tarifária vermelha patamar 2. A cobrança extra passou de R$ 6,24 para R$ 9,49 a cada 100 kWh consumidos.
Em junho, a bandeira tarifária já estava no nível 2, o mais caro. Mas a Aneel decidiu elevar em 52% o valor do patamar mais custoso.
O reajuste ocorre em meio a crise nos reservatórios das hidrelétricas. A situação hídrica, fruto do pior período úmido em 91 anos na área das usinas, leva ao maior acionamento de termelétricas, mais caras, cujo custo incluído nas tarifas dos consumidores é coberto pelas bandeiras.
A revisão do valor das bandeiras para 2021/2022 coincidiu com as mais baixas afluências nas principais bacias hidrográficas do Sistema Interligado Nacional (SIN), relacionado a geração de energia hidrelétrica.
O diretor-geral da Aneel, André Pepitone, que proclamou o valor após aprovação da diretoria, lembrou durante audiência que a conta das bandeiras tarifárias já está deficitária em cerca de 1,5 bilhão de reais, defendendo o aumento do valor, assim como a maioria dos outros diretores.
Ele comentou que “ninguém gosta de anunciar aumento de preços” e destacou que a Aneel tem feito um “trabalho intenso” para desonerar tarifa. Mas ponderou também a situação hídrica. O adiamento da decisão poderia tornar o cenário “muito desafiador”, disse ele.
Nesta segunda, o governo publicou uma medida provisória que dá poderes excepcionais para o enfrentamento da crise hídrica ao ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.
Após a repercussão negativa, o governo decidiu retirar o termo “racionalização compulsória” do texto. O trecho abria a possibilidade de o governo implementar um racionamento de energia. Não há mais nenhuma menção à programa de racionamento (corte compulsório no consumo de energia) ou a racionalização (incentivo à economia de energia).
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