O entorno da sede nacional da Polícia Federal, em Brasília, amanheceu nesta terça-feira com um rastro de destruição após apoiadores bolsonaristas tentarem invadir o prédio, em protesto à prisão de um líder indígena determinada pela Justiça após um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR)
Carcaças de ônibus e carros queimados, lixeiras e caçambas derretidas, placas derrubadas e muito lixo, pedaços de pau e pedras se espalhavam pelas ruas do setor hoteleiro norte. O cheiro de ferro e plástico queimado ainda pairava no ar.
A delegacia mais próxima da PF, a 5ª DP, trazia a porta de vidro ainda estraçalhada — um manifestante arremessou do lado de fora uma pedra, que estourou a vidraça e ainda não foi recolhida, à espera da perícia. Dois agentes trabalhavam na manhã desta terça em meio aos vidros quebrados.
Na porta da Polícia Federal, onde os manifestantes tentaram resgatar um indígena preso — sob a acusação de tentar organizar atos violentos contra a diplomação do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, que ocorreu na segunda-feira — cinco viaturas da Polícia Militar faziam a segurança do local. Quinze PMs patrulhavam a área tentando localizar alguma movimentação suspeita.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, sete veículos ficaram danificados, sendo cinco deles ônibus. Quatro deles estavam totalmente danificados.
A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal informou que vai divulgar uma nota “até o fim da manhã” com um balanço das ações de repressão ao protesto.