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Cenário econômico penaliza modelo de investimento que se popularizou nos últimos anos

Altas de juros e maior aversão ao risco entre investidores locais derrubaram o volume de captações por meio de crowdfunding. O modelo de investimento se tornou popular nos últimos anos por facilitar o acesso de pequenos investidores a mercados antes inacessíveis, como o de startups, obras de arte e até processos judiciais.

A entrada de recursos para esse segmento terminou 2022 em R$ 119,3 milhões, 40abaixo do registrado em 2021. Isso é o que mostra o levantamento da Efund feito a pedido da EXAME Invest. Os números, basedos em informações da CVM, consideram apenas as captações destinadas a investimentos em compra de participações em empresas.

Em 2021, ápice do modelo no Brasil, as captações por meio de crowdfunding haviam saltado 140% em relação a ano anterior. Na época , os juros estavam ainda próximos da mínima histórica, o que alimentava a busca por investimentos alternativos. Mas o cenário mudou completamente de um ano para cá. Os juros expl0diram, o PIB desacelerou e o apetite por empresas de alto crescimento evaporou.

Igor Romeiro, fundador e CEO da Efund, disse que o menor volume captação já era esperado, dado a piora da economia local e internacional. “É natural que o investidor fuja de riscos em momentos difíceis”, afirmou. Romeiro ressalta ainda que, no Brasil, o menor ritmo de criação de startups e a inadimplência corporativa têm dificultado novas rodadas de crowdfunding.

Menos Startups

Em 2022, foram criadas 176 startups, segundo estudo da Distrito. O número, que foi o menor desde 2007, representa uma queda de 72% em relação ao ano anterior. No auge das startups, em 2017, foram criadas 1.781. Dados da plataforma mostram que o volume de aportes por venture capital em startups também diminuiu no ano passado. Foram 775 rodadas de investimentos contra 855 em 2021. O volume total caiu mais do que pela metade, de US$ 9,78 bilhões para US$ 4,45  bilhões.

“O levantamento da Distrito envolve o venture capital como um todo, enquanto nossa perspectiva teve como base apenas o equity crowndfunding. Mesmo assim, o recorte seguiu na mesma direção da expectativa geral”, afirmou o CEO da Efund.

Mais inadimplência

Do lado da dívida, dados do Serasa Experian apontam para um crescimento de 6,6% da quantidade de micro e pequenas empresas inadimplentes até novembro do ano passado. No total, são 5,7 milhões, sendo 52,5% do setor de serviçõos, principal foco dos investimentos por crowdfunding.

“É uma reação em cadeia. O cenário econômico adverso gera desemprego e inflação. A renda das pessoas fica menor e elas consomem menos. O consumo menor afeta o faturamento e a rentabilidade das empresas e, claro, os investidores não se interessam em colocar dinheiro em algo que pode render muito pouco ou nem ao menos render”, disse Romeiro.

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