Cidades precisam se preparar para receber 5G, diz diretora da Embratel

O leilão do 5G, concluído na semana passada, traz perspectivas de modernização nos serviços de telecomunicações, mas precisa ser acompanhado de adaptações nas cidades, apontou a diretora executiva da Embratel para Governo, Maria Teresa Lima, no Fórum EXAME Infraestrutura, Cidades e Investimentos, realizado nesta terça-feira, 9. 

“As cidades vão precisar ter uma enorme compreensão da importância das empresas poderem realizar as implantações, instalarem mais antenas, porque essa vai ser uma necessidade essencial para viabilizar o 5G”,  apontou Maria Teresa Lima, que espera que os municípios sejam “simpáticos” à novidade. 

A diretora da Embratel apontou que as cidades se beneficiarão diretamente do processo de implantação da rede, pela geração de empregos, maior inclusão digital da população, atração de empresas e fomento de novos negócios. “As cidades têm que entender isso como um aliado ao desenvolvimento”, defendeu.

Veja o painel:

Segundo Lima, o cronograma de implementação do 5G pode ser beneficiado pelo avanço nas redes neutras, que permitem o compartilhamento de uma mesma infraestrutura por várias operadoras. “Com certeza vamos nos beneficiar e vamos ser clientes dessas redes neutras, porém não abandonaremos os investimentos que têm sido feitos em redes próprias”, afirmou.

André da Silva Telles, diretor comercial da V.tal, empresa de fibra de redes neutras, lembrou que esse modelo já é uma realidade. Segundo ele, as grandes operadoras poderão utilizar as redes neutras como complemento às redes já existentes, o que permitirá uma cobertura muito mais ampla e uma oferta de serviços maior para os clientes finais. 

“Penso que que vai acabar acontecendo nos próximos anos a utilização muito ampla da rede neutra dessa forma. A gente espera contribuir para a digitalização acelerada do país”, disse Telles. Para ele, será necessária uma rede “bastante robusta e capilar” para suportar os novos investimentos.

As empresas, na visão de Telles, não devem abandonar suas redes, mas terão a necessidade de complemento “de forma isonômica e não discriminatória”. Assim, haverá um processo de racionalização do investimento. “Há de se esperar que o retorno sobre esse investimento aconteça de forma mais fácil”, disse.

No mesmo sentido, Emmanoel Campelo, conselheiro e vice-presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), afirmou que as redes neutras propiciam uma escala de investimentos para as prestadoras de serviços, mas ressaltou que ainda é “muito cedo” para falar em resultado do modelo no mercado brasileiro.

“Contudo, há uma grande expectativa que esse modelo inovador possa dar grande impulso às operadoras já estabelecidas, e os benefícios possam ser sentidos pelos usuários finais das redes”, disse o conselheiro da Anatel, que classificou o leilão do 5G como “um sucesso”.

Além dos valores obtidos, Campelo ressaltou os compromissos atrelados ao direito de uso de radiofrequência. “As operadoras vencedoras terão que prover o serviço em todas as localidades do país, uma demanda da sociedade que a agência conseguiu atender”, apontou.

O conselheiro da Anatel citou como exemplo a cobertura de rodovias federais pela rede 5G, que, segundo ele, “certamente proporcionará ganhos ao país e maior segurança a quem trafega nas estradas brasileiras”.

Maria Teresa Lima, da Embratel, afirmou que o 5G trará impacto relevante não apenas para o cidadão, que vai poder contar com internet mais rápida, mas sobretudo para as empresas. “Todas elas vão se beneficiar, alcançando maior produtividade e eficiência. E isso vai contribuir para acelerar o processo de renovação que está acontecendo em todas as indústrias”, disse.



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