Como uma empresa no Brasil pode adotar as melhores práticas de RH a nível global?

Uma mão de obra satisfeita com o ambiente de trabalho é um elemento cada vez mais importante do resultado geral de um negócio. Por isso, as práticas de RH ganham relevância para a estratégia do negócio.

E entender as práticas de recursos que dão certo, e podem ser replicadas em outras empresas, virou um tema central não apenas nos executivos de recursos humanos, mas também no da liderança direta do negócio.

Não à toa, proliferam iniciativas para troca de experiências entre lideranças de recursos humanos, como rankings de melhores práticas ou clubes para trocas de experiências — vide iniciativas como o Clube EXAME CHRO, por exemplo.

Na mesma medida em que buscam implantar políticas de recursos humanos capazes de satisfazer uma mão de obra com exigências crescentes sobre o ambiente de trabalho, muitas empresas buscam comparar o desempenho de suas práticas com as de outras empresas — e divulgar o que dá certo, na esperança de, assim, atrair ou reter talentos.

Uma iniciativa nesse sentido é realizada pelo estudo Top Employers, em que busca comparar o desempenho de empresas com operação no Brasil a nível global.

“O questionário das empresas no Brasil é o mesmo que enviamos para os outros países, como Estados Unidos, Alemanha e China, porque a ideia é medir a consistência de ações de RH em escala global. Então, as empresas que estão na lista não estão entre as maiores do Brasil, estão entre as maiores do mundo no Brasil”, diz Gustavo Tavares, gerente geral para a América Latina do Top Employers.

Uma multinacional que participa do estudo precisa colocar funcionários de diversos países para responder o mesmo questionário. “Medimos a experiência que ela oferece ao funcionário em várias partes do mundo.”

Cerca de 200 empresas participaram da seleção entre março e setembro de 2023. O processo é feito 100% digital e consiste em um questionário que abrange 350 práticas, divididos em 20 tópicos. Na lista de temas levados em consideração no questionário estão práticas de diversidade, medidas para cuidar da saúde mental dos funcionários, além de iniciativas para promoção dos profissionais.

Além de preencher o questionário, a companhia precisa apresentar algumas documentações que comprovem as práticas que elas estão dizendo que fazem, segundo Tavares.

“O processo é quantitativo, não é qualitativo. Não avaliamos se a plataforma é melhor do que a da outra empresa. Se a empresa tem a plataforma e tem resultados, já consideramos na pontuação, ela só precisa comprovar com documentações, porque assim conseguimos avaliar que o processo está sendo valorizado e é algo contínuo na companhia.”

No mundo mais de 2.300 empresas de 123 países atenderam a todos os requisitos para que suas práticas de RH sejam consideradas consistentes. No Brasil, 71 empresas receberam a certificação do Top Employers.

As empresas do Top 10

A Top Employers também traz o recorte das 10 empresas que apresentaram a maior aderência às práticas de RH, ou seja, as que apresentaram maiores pontuações.

“A ideia de participar do Top Employers é a companhia olhar para a sua estratégia de negócios, olhar para sua estratégia de pessoas e avaliar o que faz sentido”, diz Tavares.

Abaixo, as 10 empresas que mais de destacaram no Top Employers 2024:

Tendências de RH para 2024

O mercado de trabalho está cada vez mais desafiador, uma vez que os jovens universitários estão mais inclinados a empreender, afirma Tavares, que diz que o resultado desse movimento gera um grande desafio para o RH.

“Se a empresa precisa crescer ela precisa atrair esses talentos. O que acontece é que, quando parte desses talentos não quer trabalhar para uma empresa, é a vez da companhia oferecer condições que a destaque no mercado de trabalho como uma marca empregadora.”

Entre as principais tendências de RH que devem surgir neste ano, Tavares destaca:

  • Experiência do funcionário personalizada: quando você faz uma jornada de aprendizado ou de um processo de desenvolvimento, eles vão estar muito mais individualizados do que uma coisa no seu nível. É o caso do “Conselheiro de Carreira”, que segundo Tavares, é algo mais comum na Europa, na América Latina poucas empresas oferecem esse benefício.

Normalmente nas organizações, o executivo explica que há dois pontos focais para você discutir os próximos passos de carreira: o RH e o seu chefe direto. Na maioria das vezes as conversas com os líderes avaliam o seu próximo passo de carreira dentro da área onde você está. Você tem pouco ou nenhum estímulo para fazer uma transição horizontal, ou seja, para outras áreas, diz Tavares.

“Esse conselheiro entrou para eliminar um pouco desse viés de que essas conversas poderiam ser apenas um crescimento vertical, ou seja, dentro da área, e até mesmo o viés do funcionário de ficar queimado ao querer ir para outra área.”

  • Futuro com propósito: outra tendência que deve ser intensificada neste ano é conectar o propósito da empresa com os valores pessoais das pessoas.
  • Feedforward: ao invés do feedback, que é voltado para avaliar o que você fez, o feedforward é uma conversa sobre o que você está pensando em fazer lá na frente. Tem reação com o diálogo de transformação.

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