Conservadores reforçam controle do Parlamento iraniano nas eleições, com abstenção recorde

Os conservadores iranianos reforçarão o controle do Parlamento, de acordo com os resultados parciais, divulgados neste domingo, 3, das eleições de sexta-feira, 1º, quando o número de abstenção quebrou o recorde dos últimos 45 anos da República Islâmica.

São as primeiras eleições desde os protestos em massa desencadeados pela morte da jovem Mahsa Amini, em 2022, enquanto estava presa por supostamente violar o código de vestimenta que exige o uso do véu.

Os eleitores votaram para escolher os 290 deputados do Parlamento e os 88 membros da Assembleia dos Peritos, responsável por nomear o líder supremo.

Participação em xeque

A principal incógnita dessas eleições foi a participação, já que o poder iraniano considera este um fator que prova a legitimidade na cena internacional, marcada por fortes tensões regionais desencadeadas pela guerra em Gaza.

De acordo com os veículos oficiais, a taxa de participação atingiu cerca de 41%. Nas últimas eleições legislativas, realizadas no início da pandemia da covid-19 em 2020, a participação foi de 42,57%.

O jornal reformista Shargh afirmou que a principal consequência dessa forte abstenção é que o próximo Parlamento estará ainda mais “nas mãos dos conservadores radicais” que “se beneficiaram da baixa participação”.

Além disso, segundo alguns meios, o número de votos em branco ou nulos teria sido superior ao das eleições anteriores.

Partidos reformadores

A principal coalizão de partidos reformadores, o Frente das Reformas, não participou, denunciando eleições “sem sentido” devido à desqualificação de muitos de seus candidatos.

Ainda assim, o presidente afirmou que trata-se de “uma nova derrota histórica infligida aos inimigos do Irã após os distúrbios” de 2022, afirmou o presidente, Ebrahim Raisi, no sábado (2).

Na capital, em Teerã, onde a participação foi de cerca de 25% segundo alguns veículos, 12 deputados eleitos na sexta-feira fazem parte da corrente ultraconservadora, que apoia o governo de Raisi.

Os candidatos mais moderados que não foram derrotados participarão de um segundo turno em abril ou maio, necessário para atribuir os assentos restantes na capital.

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