Coronavírus expõe valor da saúde mental nas empresas, diz empreendedor

Nos últimos anos, as empresas começaram a ter uma nova preocupação, que pode parecer óbvia: é preciso cuidar dos colaboradores. A ansiedade e a estafa, ou burn out, causam bilhões de dólares em prejuízos para as companhias em todo o mundo. Com a pandemia do novo coronavírus, essa preocupação fica ainda mais evidente, diz Romero Rodrigues, sócio da empresa de venture capital Redpoint eventures e co-fundador do Buscapé.

A crise de saúde e econômica, bem como as instabilidades e incertezas que traz, aceleraram a busca das empresas por cuidar da saúde mental de seus colaboradores, diz. “Com a pandemia, ficam mais evidentes as várias enfermidades de saúde mental, como ansiedade e depressão e até burn out, de quem não consegue ter hábitos saudáveis de parar de trabalhar, dividir o tempo”, afirma.

O assunto de saúde mental já tomava cada vez mais espaço dentro das empresas antes da pandemia. A razão é a transformação nos modelos de consumo, produção e geração de valor para as empresas. Se até então o principal ativo das empresas eram fábricas, máquinas ou imóveis, com o aumento da tecnologia o maior ativo passa a ser o capital intelectual e humano.

Embora empresas tenham cuidado de seus outros ativos, não cuidaram de seus funcionários nos últimos anos, diz Rodrigues. O fenômeno é global — e o Brasil, infelizmente, é um dos destaques. Por aqui, 72% da população brasileira tem alguma sequela de estresse e 30% sofrem de burnout. O burnout custa para os empregadores cerca de 80 bilhões de dólares ao ano no país, que fica atrás apenas do Japão, em que o burnout acomete 70% da população economicamente ativa.

Ambiente de trabalho

Até então, a preocupação das startups com a saúde mental poderia ser camuflada com ambientes divertidos e descolados. “Vivi isso no Buscapé, que tinha beliche para quem queria passar a noite no trabalho e campeonatos de videogame durante a madrugada”, diz o empreendedor, um dos cofundadores da empresa de comércio eletrônico em 1999. Segundo ele, essa era uma característica comum das primeiras startups, copiando ambientes de grandes empresas de tecnologia como Google e Facebook – e ainda é bastante habitual no mercado. 

No entanto, hoje Rodrigues é mais crítico em relação a esse tipo de ambiente. “Ninguém vai desestressar por jogar 15 minutos de pingue pongue”, diz. O número de horas no escritório não era o ideal e havia ineficiência na gestão do tempo e produtividade.

Hoje, com todos os funcionários em casa, essa situação se tornou ainda mais evidente. “As empresas e funcionários percebem que o espaço físico não era tão relevante”, diz.

Há companhias que permitiram a prática de home office de forma permanente, como o Twitter e a corretora XP, assim como a empresa de produtos para animais de estimação Zee.Dog. A fintech Nubank vai manter home office até o final de 2020, bem como a Pipefy.

“Fica claro que mesa de pingue pongue e videogame eram máscaras. O que uma empresa precisa mesmo é de proximidade, cultura de gestão e cuidar do bem estar das pessoas”, diz. Nesse momento, esse cuidado ficará mais claro entre as empresas, acredita.

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