CPI vai convocar vendedor de vacinas que teria recebido pedido de propina

Senadores que fazem parte da CPI da Covid-19 apresentaram requerimento de convocação de Luiz Paulo Dominguetti Pereira, representante da Davati Medical Supply, empresa revendedora de vacinas, que diz ter recebido um pedido de propina de US$ 1 por dose da vacina Astrazeneca em troca de fechar contrato com o Ministério da Saúde, em reportagem da Folha de S. Paulo que traz a denúncia. 

Os senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice presidente da comissão, e Alessandro Vieira (Cidadania-SE) encaminharam o pedido, como publicou Randolfe em sua conta em rede social.  

A reportagem da Folha de S. Paulo afirma que o representante da empresa Davati Medical Supply teria recebido o pedido de propina durante um jantar em Brasília, em fevereiro deste ano. O pedido teria partido do diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, indicado ao cargo pelo líder do governo de Jair Bolsonaro na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR). 

“É urgente materializar todos os dados sobre essa denúncia gravíssima”, disse o senador Alessandro Vieira à EXAME. O presidente da CPI, Omar Aziz, também se pronunciou sobre a convocação na rede social.

Ricardo Barros

O deputado Ricardo Barros, líder do governo na Câmara, e um dos personagens principais das denúncias que envolvem supostas irregularidades na compra da vacina Covaxin, também se pronunciou. 

Nesta terça-feira, o Ministério da Saúde decidiu suspender o contrato de compra da vacina indiana Covaxin. A decisão ocorreu após uma recomendação da Controladoria-Geral da União (CGU), sugerindo a suspensão do contrato. A medida é cautelar e temporária “para uma análise mais aprofundada do órgão de controle”, disse a pasta em comunicado à EXAME. O acordo foi firmado em fevereiro deste ano para a aquisição de 20 milhões de doses do imunizante, fabricado pelo laboratório Bharat Biotech.

Novo pedido de impeachment

O assunto bateu em cheio em Brasília nesta noite de terça-feira. O líder da oposição na Câmara, deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), também se manifestou sobre a denúncia e disse que serão apresentados novo pedido de impeachment do presidente Bolsonaro e uma denúncia ao Ministério Público:

“A cada momento surgem novas e mais graves denúncias de corrupção na compra de vacinas contra a Covid pelo governo Bolsonaro. É revoltante descobrir que a resistência à compra de vacinas era, no fundo, uma forma de criar dificuldades para vender facilidades. Tudo isso com a inaceitável consequência de causar centenas de milhares de mortes de brasileiros. Isso só reforça a necessidade de afastar Bolsonaro da presidência e de fazer com que todos os envolvidos respondam perante a Justiça pela corrupção e pelas mortes que causaram. Por isso, amanhã apresentaremos novo pedido de impeachment e uma denúncia ao Ministério Público”, disse Molon em nota.

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