Crescimento de precatórios continuará comprimindo despesas, diz Funchal

O secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, afirmou que o crescimento dos precatórios comprime despesas discricionárias e demonstrou preocupação com as regras atuais de parcelamento dos valores. Ele participou de audiência pública na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, nesta quinta-feira, 9, para detalhar a PEC dos precatórios, enviada pelo governo ao Congresso.

Para Funchal, o primeiro desafio em relação aos precatórios é conseguir compatibilizar a despesa, que tem crescido a cada ano, com o teto de gastos. “Hoje, da forma como está, o crescimento foi tão grande que comprime demais as nossas despesas discricionárias, muito mais do que se imaginava, e isso tende a continuar acontecendo no futuro próximo”, apontou.

Funchal também afirmou que é preciso modernizar a regra de parcelamento que já existe, mas é “inócua”, segundo ele. “Por mais que essa regra seja relevante, hoje, praticamente, ela não é aplicada, porque a lógica é aplicar parcelamento a precatórios cujos valores sejam acima de 15% do valor total. Como cresceu demais o volume total de precatórios, basicamente essa regra não é utilizada”, explicou.

A regra atual prevê o parcelamento de dívidas com valores acima de 15% da despesa total com sentenças judiciais, com uma entrada de 15% e mais cinco parcelas. A PEC dos precatórios divide em dez parcelas anuais e permite parcelamento de todos os precatórios acima de 66 milhões de reais. A proposta permite parcelamento de precatórios que somem mais do que 2,6% da receita corrente líquida da União. 

Outro ponto que precisa ser tratado, na visão de Funchal, é o pagamento de precatórios do fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental (Fundef), que “pressiona muito” o Orçamento de 2022. Desde que o Fundef foi extinto, em 2006, estados entram na Justiça em busca de complementações no repasse.

Dos 89,1 bilhões de reais previstos de precatórios para 2022, os do Fundef relativos a Bahia, Pernambuco, Ceará e Amazonas correspondem a 15,6 bilhões de reais. O governo tem a intenção de parcelar essas dívidas, mesmo que a PEC dos Precatórios não passe no Congresso.



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