Denúncia contra a Cedae é aceita pela Justiça Federal

Segundo o Ministério Público, companhia despejou esgoto sem tratamento na Baía de Guanabara e na Barra entre 2015 e 2018

Rio — A Justiça Federal aceitou uma denúncia do Ministério Público Federal contra a Cedae por lançamento de esgoto sem tratamento adequado na Baía de Guanabara, na Barra da Tijuca e em rios. A acusação é referente ao período entre janeiro de 2015 e abril de 2018 e a sete estações de tratamento de esgoto (ETEs) — Barra, Alegria (no Caju), Sarapuí, São Gonçalo, Penha, Pavuna e Icaraí.

Peritos da Polícia Federal colheram amostras de água efluente das ETEs em abril de 2016 e constataram concentrações de matéria orgânica até nove vezes superiores ao permitido pela legislação. Essa proporção foi detectada na estação da Barra, que também recebe esgoto de Jacarepaguá e do Recreio.

A denúncia afirma que a companhia lançou esgoto na Baía e nos rios Pavuna e Sarapuí sem o tratamento adequado, violando a legislação estadual e resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).

 

Na ETE da Pavuna, peritos encontraram indícios de que o sistema de tratamento “estava sem entrar em operação há um tempo considerável”, diz o laudo.

De acordo com um documento assinado pelo juiz federal Tiago Pereira Macaciel na última sexta-feira, são réus na denúncia Jorge Luiz Briard, então diretor-presidente da Cedae; Edes Fernandes de Oliveira, que estava à frente da direção de produção e grandes operações; e Miguel Freitas Cunha, gerente de tratamento de esgoto, além da própria companhia.

A denúncia foi encaminhada à Justiça Federal no mês passado, e teve como base um inquérito instaurado em 2015 pela Delegacia de Meio Ambiente da Polícia Federal.

Os réus têm, a partir da notificação, um prazo de dez dias para apresentarem sua defesa, indicando provas e testemunhas. Em caso de condenação, será fixado um valor mínimo para reparação dos danos causados ao meio ambiente.

A Cedae informou ontem que ainda não foi notificada e prometeu prestar todos os esclarecimentos dentro do prazo dado pela Justiça.

Na semana passada, a companhia se tornou alvo de um outro inquérito: a Polícia Civil apura um possível descarte irregular de resíduos do sistema de tratamento de sua estação no Rio Guandu.

Continue lendo

Recomendados

Desenvolvido porInvesting.com
Negócios, Todos

Notícias relacionadas

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Preencha esse campo
Preencha esse campo
Digite um endereço de e-mail válido.
Você precisa concordar com os termos para prosseguir

Menu