Internet para alunos da rede pública custaria o mesmo que perdão a igrejas

Um ano após o começo da pandemia, o problema da falta de internet a alunos pobres no Brasil ainda não começou a ser endereçado nacionalmente. O debate ganhou novo capítulo nesta sexta-feira, 19, quando o presidente Jair Bolsonaro vetou integralmente um projeto de lei aprovado pelo Congresso que custearia serviços de internet a parte dos estudantes das escolas públicas

O veto pegou de surpresa os deputados envolvidos no PL e os secretários de educação, segundo fontes ouvidas pela EXAME. Apresentado em junho de 2020, o PL é de autoria do deputado Idilvan Alencar (PDT-CE), junto a um grupo de mais de 20 deputados. O texto foi aprovado no fim do ano na Câmara e em fevereiro no Senado, já sob direção do presidente Rodrigo Pacheco (DEM-MG).

O custo estimado do PL é de 3,5 bilhões de reais, suficiente para atender 18,6 milhões de alunos (todos os alunos no CadÚnico) e cerca de 1,6 milhão de professores da rede pública. Com o valor previsto, os beneficiários seriam contemplados com pacotes de internet móvel por seis meses. Para os 3,5 milhões de alunos do ensino médio seria incluída ainda a aquisição de tablets.

O projeto incluiu também medidas para possibilitar doações de empresas privadas, reduzindo a insegurança jurídica, segundo os autores.

Os motivos do veto presidencial, embasados pelos ministérios da Educação (MEC) e da Economia, são sobretudo dois: por parte da Economia, a questão fiscal, citando a regra de ouro e a Lei de Responsabilidade Fiscal; pelo lado da Educação, o fato de que o MEC, segundo o texto do veto, estuda fazer programa semelhante no futuro, que batizará de Programa Brasil de Aprendizagem.

A deputada Tabata Amaral (PDT-SP), relatora do projeto na Câmara, diz que o veto soa como uma “piada de mal gosto”. “Eu tenho muita dificuldade para apontar o que o MEC fez nesse último ano. O ministro [Milton Ribeiro] já se pronunciou várias vezes dizendo que não era papel dele coordenar os esforços na pandemia. E agora, depois de um ano, ele diz que vai ‘começar’ a pensar em um projeto?”, diz.

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