Milei adia primeira viagem ao exterior em meio a dificuldades na formação de governo

A primeira viagem de Javier Milei ao exterior após ser eleito presidente da Argentina teve de ser adiada devido às dificuldades que o ultraliberal tem enfrentado na formação de seu governo. Os planos de ir a Nova York nesta sexta-feira mudaram depois do seu favorito para ocupar a presidência do Banco Central, Emilio Ocampo, renunciar ao cargo para o qual já havia sido confirmado pelo próprio líder do A Liberdade Avança.

De acordo com o La Nación, a primeira baixa na equipe econômica do presidente eleito se deu pelo possível anúncio de Luís Caputo como ministro da Economia. O jornal aponta como motivo as divergências entre ele e Ocampo sobre o plano de dolarização proposto por Milei — ao qual Caputo se opõe —, em um contexto em que a principal premissa do partido é evitar atritos entre o Ministério da Economia e o Banco Central.

Ocampo foi “nomeado” por Milei, ainda em campanha eleitoral, em setembro, e seria responsável por fechar a instituição financeira e ajudar nas negociações com o Fundo Monetário Internacional, que tem um programa de US$ 44 bilhões com o país.

Inicialmente, Milei viajaria para os Estados Unidos para visitar o túmulo do rabino Menachem Mendel Schneerson, conhecido como “Lubavitch Rebe”, considerado um dos líderes judeus mais influentes do século XX. A visita, disse Milei, seria por “questões religiosas” e havia sido programada antes mesmo das eleições.

Segundo a imprensa argentina, Washington chegou a oferecer a Milei uma agenda de alto nível com a administração do presidente americano, Joe Biden, ao saber da visita. Contudo, o presidente eleito havia optado pelo retorno a Buenos Aires na noite de sábado.

Alinhamento internacional

O economista já havia declarado anteriormente que, caso ganhasse a eleição, suas primeiras viagens oficiais seriam aos EUA e a Israel, antes mesmo de tomar posse. Desde a campanha, Milei já previa que os EUA e Israel seriam chave para os seus alinhamentos internacionais.

Nas últimas horas, o argentino recebeu um telefonema de felicitações de Biden, que lhe pediu que continuasse a construir a “relação forte” entre as duas nações. Ele também se comunicou o antecessor de Biden, o republicano Donald Trump, com quem Milei mantém um forte vínculo ideológico. Trump — que já lhe havia enviado uma mensagem no mesmo domingo em que derrotou o peronista Sergio Massa — também confirmou uma visita à cidade de Buenos Aires para se encontrar com o líder do A Liberdade Avança, ainda sem data. A conversa e seu conteúdo foram confirmados pelo gabinete de imprensa de Milei em um comunicado na tarde desta quinta-feira.

Já a viagem a Israel, que havia sido programada para antes da posse, foi adiada, disse Milei em um programa de TV na noite de quarta-feira. Ele revelou também suas intenções de se reunir com o Papa Francisco no Vaticano, apesar das graves acusações que fez ao pontífice durante a campanha.

“Obviamente, se o Papa me aceitar, irei visitá-lo em Roma. Não falei sobre isso, mas vamos tentar”, disse o argentino.

“Lubavitch Rebe” — que nasceu em 5 de abril de 1902 no porto de Nikolaev, no Mar Negro, no Império Russo (hoje Mykolaiv, na Ucrânia) e mais tarde emigrou para os Estados Unidos — foi um líder influente e cuja figura ainda atrai grande atenção. O homem foi visitado por presidentes americanos como John F. Kennedy, Franklin Roosevelt Jr., Ronald Reagan e Jimmy Carter. Da mesma forma, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, o definiu como uma pessoa que “mudou o mundo”. (Com La Nación e AFP.)

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