Pandemia e eleição reduzem apoio parlamentar a agenda econômica do governo

Do início do ano até junho, o apoio dos líderes parlamentares da Câmara dos Deputados e Senado à agenda econômica do governo caiu significativamente, apontou a pesquisa Necton/Vector Barômetro Congresso Nacional divulgada na semana passada. Na avaliação do economista-chefe da Necton Investimentos, André Perfeito, a queda ocorreu principalmente por conta dos efeitos da pandemia e da aproximação do ano das eleições federal e estadual.

Segundo a pesquisa, em fevereiro, os que concordavam com a pauta econômica do governo Bolsonaro, liderada pelo ministro Paulo Guedes, eram 70,4% dos líderes, montante que caiu para 45,2% na pesquisa realizada neste mês. Já a fatia dos que discordavam, que era de 22,8% no início do ano passou para 49,1% em junho.

“Isso tem a ver, de um lado, com essa proximidade do período eleitoral, e de outro, com a pandemia muito forte. Os parlamentares pedem algum tipo de atuação mais forte do governo”, afirmou o analista no último episódio do podcast EXAME Política (ouça abaixo na íntegra).

Na percepção do economista, a afeição de parlamentares a pautas liberais perdeu tração ao longo do primeiro semestre do ano. “Estamos chegando no segundo semestre”, afirma. “Então entra no cálculo político uma dinâmica eleitoral. Por exemplo, a aprovação de pautas de cunho liberal, no sentido de pensar numa agenda pró-reformas, caiu bastante”, avalia.

Corrobora também o fato de que a avaliação do governo de Jair Bolsonaro enfrenta o pior período desde o início do mandato. A aprovação da população à gestão do presidente caiu durante os primeiros meses do ano e atingiu a maior baixa em maio. Segundo a última pesquisa EXAME/IDEIA, divulgada em 11 de junho, os que avaliam o trabalho do presidente como ótimo ou bom somam 26%, enquanto os que desaprovam são 49%.

Para o analista, o momento de baixa popularidade do governo é mais um fator a que os parlamentares são sensíveis e que contribui para a queda do apoio às pautas da agenda mais liberal encampadas pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.

Apesar disso, o economista vê boas chances de aprovação da reforma tributária, um dos projetos que o ministro tem discutido neste ano, mesmo com a mudança em relação à sua tramitação nos útlimos meses com a articulação que levou o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), a determinar que a reforma será discutida de forma “faseada” no Congresso.



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