Passageiros da ITA, do grupo Itapemirim, foram pegos de surpresa nas últimas horas com o cancelamento dos voos da companhia aérea. O anúncio repentino, feito na noite de sexta-feira, 17, fez com que muitos passageiros ainda fossem para os aeroportos neste sábado, 18.
O aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, teve imagens de tumultos e protestos, com passageiros que não conseguiram embarcar revoltados com a situação.
Muitos passageiros que já estavam no local pela manhã ficaram sem atendimento por horas, segundo informou o jornal O Estado de S.Paulo.
Nas redes sociais, surgiram relatos de passageiros que estavam prontos para embarcar hoje ou nos próximos dias, e que ficaram sabendo do cancelamento pelas notícias na internet.
A ITA tinha pouco mais de 500 voos programados entre a noite de sexta-feira e o último dia do ano, em 31 de dezembro, de acordo com os registros da Anac. Os principais destinos eram Rio de Janeiro, Brasília, Recife e Salvador.
A licença da ITA para operar voos também foi suspensa na noite de sexta-feira, após a companhia anunciar a paralisação. Sem a autorização, a ITA não pode mais voar. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou em nota que a decisão se deveu a medida de segurança.
“A segurança das operações aéreas é prioridade da Agência. Devido à paralisação das operações da empresa, a Anac suspendeu o seu Certificado de Operador Aéreo (COA)”, diz a nota da agência.
Direitos dos passageiros
A Anac também declarou que a ITA deve prestar assistência “imediata” aos passageiros, e deve procurá-los para informar sobre o cancelamento.
A ITA afirmou que os passageiros com viagens programadas para os próximos dias devem entrar em contato pelo e-mail [email protected].
A companhia havia iniciado as operações somente em junho deste ano. O próprio lançamento foi cercado de dúvidas, uma vez que a controladora Itapemirim está em recuperação judicial. Atrasos em pagamentos dos tripulantes também foram parar na Justiça do Trabalho.
Quando começou a operação comercial, a companhia prometia ter 35 destinos e 50 aeronaves. O objetivo era ter 40% do mercado, segundo Sidnei Piva, presidente do conglomerado, que afirmou em entrevista que os recursos para lançar a companhia aérea vinham de fundos árabes, mas sem divulgar seus nomes.
Em nota, o Grupo Itapemirim afirmou que a decisão de paralisar as atividades foi tomada por “iniciativa própria” e foi feita para realização de uma “reestruturação interna”.
(Com Estadão Conteúdo)
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