Putin diz que Rússia pode 'avançar' e promete vitória na Ucrânia

O presidente russo, Vladimir Putin, declarou nesta quinta-feira, 14, na abertura de uma grande coletiva de imprensa, que a Rússia confia que pode “avançar”, apesar das sanções econômicas e do conflito na Ucrânia, onde afirma que a ofensiva chegará ao fim apenas quando Moscou alcançar seus “objetivos”.

Durante uma grande coletiva de imprensa para fazer um balanço do ano, o presidente russo se mostrou convencido de que o tempo estará a seu favor na Ucrânia em 2024 e de que os reveses sofridos por seu Exército ficaram no passado.

Este evento foi anulado no ano passado, quando as tropas russas sofreram reveses e a economia se ressentiu pelas sanções das potências ocidentais.

Quase dois anos depois do início da ofensiva iniciada em fevereiro de 2022, Putin expressou, no entanto, sua satisfação com as operações lançadas pelo Exército russo desde o fim da fracassada contraofensiva dos ucranianos.

“Em quase todas as linhas de frente, nossas Forças Armadas melhoram suas posições”, declarou.

Putin, de 71 anos e que foi eleito presidente da Rússia pela primeira vez em 2000, compareceu com um semblante relaxado. Na semana passada, anunciou sua intenção de se apresentar para um novo mandato em março de 2024, com o qual pode permanecer no Kremlin até pelo menos 2030.

Firme em seus objetivos

O presidente reafirmou que seus objetivos no país vizinho continuam os mesmos: “a desnazificação e a desmilitarização da Ucrânia e seu ‘status’ de neutralidade”.

“Haverá paz, quando alcançarmos nossos objetivos”, afirmou, insistindo em que a solução “será negociada, ou obtida com a força”.

Também garantiu que não há planos para uma nova mobilização militar na Rússia, após a que foi feita no outono de 2022. “Atualmente não é necessário”, considerou.

Pouco depois, indicou que 617.000 soldados se encontram hoje “na zona de hostilidade”, mas não revelou as baixas desde o início da ofensiva em 24 de fevereiro de 2022. O governo americano estima que haja cerca de 315.000 soldados russos feridos, ou mortos.

Questionado sobre a resistência da economia às sanções, Putin disse que há uma “margem de segurança suficiente”, graças à “forte consolidação da sociedade russa”, à “estabilidade do sistema financeiro e econômico do país” e ao “aumento das capacidades militares” de Moscou.

Esta margem é “suficiente não apenas para sentir confiança, mas também para avançar”, assegurou, antes de afirmar que espera um crescimento do PIB de 3,5% este ano.

Moscou continua vendendo seus hidrocarbonetos, gerando receita suficiente para financiar o esforço bélico e centralizar a economia na produção de armas e munições.

Pressão militar na Ucrânia

No “front”, a contraofensiva ucraniana iniciada em junho fracassou, e as forças da Rússia retomaram a liderança, ganhando terreno nas últimas semanas.

Apenas na noite de quarta-feira, o Exército russo lançou 42 drones contra o sul da Ucrânia. Kiev afirmou que derrubou 41 deles, mas a magnitude do ataque ilustra a crescente pressão militar de Moscou.

O Exército ucraniano lançou nove drones contra a Rússia, que segundo Moscou foram todos derrubados.

As declarações de Putin coincidiram com uma reunião de cúpula crucial em Bruxelas, na qual a Ucrânia espera assegurar o início das negociações de adesão à União Europeia, uma campanha obstruída pelo primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, aliado do presidente russo.

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, advertiu que “não é hora de hesitar”.

“Não deem a ele (Putin) sua primeira – e única – vitória deste ano”, disse aos líderes europeus por videoconferência.

Vladimir Putin comparou a situação na Ucrânia com a guerra entre Hamas e Israel.

“Vejam a operação militar especial e vejam o que está ocorrendo em Gaza e verão a diferença. Não há nada parecido na Ucrânia”, assegurou.

“O que acontece [em Gaza] é uma catástrofe”, afirmou.

Putin também afirmou que espera chegar a um acordo com os Estados Unidos sobre os americanos presos na Rússia, incluindo o jornalista Evan Gershkovich e o ex-fuzileiro naval Paul Whelan.

“Queremos chegar a um acordo. E esses acordos devem ser mutuamente aceitáveis e convenientes para ambas as partes”, declarou, ao ser questionado sobre uma possível troca de prisioneiros.

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