Rebeca Andrade não disputará o solo e o individual geral no Pan-Americano de Santiago

Estrela dos Jogos Pan-americanos de Santiago, no Chile, a ginasta Rebeca Andrade disputará três aparelhos (paralelas, salto e trave) na estreia da ginástica artística, neste sábado, em arena no Estádio Nacional.

A exceção será o solo, em que Rebeca só se apresentará em caso de lesão ou alguma excepcionalidade com alguma das quatro brasileiras previstas.

— Estamos montando a equipe para a Rebeca realmente disputar três (aparelhos). Mas como ainda temos dois dias de treino, ela mantém treinando o solo, mas queremos dar uma segurada. Não precisa esse esforço todo. Ela ficou mais tranquila em saber que as meninas estão bem. Treinar solo para ela é muito desgastante no tornozelo, joelho. O nosso cuidado é que ela mantenha a qualidade nos outros aparelhos — falou Chico, treinador das brasileiras.

Isso implica ainda na impossibilidade da disputa do título do individual geral pela atleta. Assim, Rebeca Andrade brigará por quatro medalhas, incluindo a por equipes.

— Só foi preciso alinhar as séries, com alguma modificação ou outra. A equipe vem forte, como foi para o Mundial. Vejo nos treinos como as meninas se empolgam umas com as outras. O cansaço físico acontece, claro, mas falamos: ‘meninas, é um minuto e meio no solo e trave, quarenta segundos na paralela e por aí vai… — diz Chico, que lembra que o formato do Pan é diferente, se comparado ao Mundial porque é mais curto.

Rebeca, que é embaixadora da competição ao lado de outros atletas de renome, é, sem dúvida, a mais badalada deste time. Seu rosto já estampava cartazes do Pan, espalhados pela capital chilena, quando ela brilhou no Mundial da Antuérpia, conquistando cinco medalhas, sendo uma de ouro, três de pratas e uma de bronze. Nesta competição, a equipe do Brasil foi prata, atrás apenas dos EUA, e conquistou vaga para os Jogos de Paris.

— Com certeza, esse Mundial nos fez subir de patamar e o Brasil tem se tornando referência no mundo inteiro. Podemos crescer ainda mais. Esse resultado era esperando por gerações — disse Rebeca já no Chile. — Só esperamos conseguir mais e mais resultados e espero que a gente não tenha limites. Pessoalmente, espero estar feliz e saudável. Assim como foi no Mundial. Se for vontade de Deus mandar um monte de medalha, a gente tá aceitando.

Com a seleção feminina, ela teve pouco tempo de descanso e foi umas das primeiras atletas do Brasil a entrar na Vila Pan-americana, na última segunda-feira. Segundo Chico, logo após o Mundial da Bélgica, elas fizeram um camping no Rio e foi definido que todas as ginastas que estiveram no Mundial tinham condições de disputar o Pan. Rebeca, que tem algumas limitações nos treinamentos, teve um controle maior de carga para chegar ao Chile.

— Cansada, é normal, estou porque o Mundial é longo. Mas ao mesmo tempo, não teve aquela queda, perda de treinamento. Voltamos para o Brasil e no dia seguinte já estávamos treinando. Esse é o meu primeiro Pan-americano e estou muito feliz.

Para o treinador, a Rebeca tem lidado muito bem com essa fase áurea. Disse que ela tem sido assediada na Vila Pan-americana, mas que a atleta reage bem ao fato de ter o “rosto cada vez mais conhecido”. E disse acreditar que ela não se sente pressionada a ter resultados no Chile, uma vez que a competição é mais fácil que Olimpíada e Mundial.

— A Rebeca lida muito bem com tudo isso, tira de letra. Como esse é o primeiro Pan, ela está curtindo e está aproveitando a competição — garante ele. — Ela não se sente pressionada, não. Além disso, os Estados Unidos são os favoritos. Eles não têm equipe B. São umas quatro equipes A, todas as atletas são do mesmo nível e competitivas. Nós faremos o melhor, queremos pódio, se será ouro, prata ou bronze…

Chico, técnico de Rebeca desde 2006, quando ainda tinha apenas sete anos, espera fechar o ano com chave de ouro no Chile. Contou que comemora a fase de sua atleta, mas também o da equipe em geral. Disse que o fato de ter levado seis atletas ao pódio, a equipe toda, inclusive a reserva, é motivo de muito orgulho. E que sua medalha, a que ganhou no pódio com as atletas, vai virar “quadro”.

— A medalha por equipe é muito pesada… Depois dos Estados Unidos, estamos nós, o Brasil. Até eu ganhei medalha, subi no pódio. Mas é sacanagem, tem muita gente na comissão técnica. E só eu teria medalha? Ela vai ser enquadrada e pendurada no CT do Time Brasil.

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