Sinqia completa 10 anos na B3 maior e mais rentável

A Sinqia completa, nesta quinta-feira, 10 anos de seu IPO na B3. De lá para cá, a companhia já mudou de nome (estreou na bolsa ainda como Senior Solution) e diversificou sua atuação, indo além de tecnologia para bancos. Nos últimos dez anos, houve também fôlego de sobra para as aquisições — foram 24 até hoje — que trouxeram impacto positivo tanto em receita quanto em rentabilidade. “Costumo fazer uma analogia ao futebol. A gente estreou como um time de quarta divisão e, hoje, conseguimos disputar a Libertadores. Nada disso seria possível sem o crescimento inorgânico e sem nosso foco em pessoas”, diz Emerson Faria, diretor de RI e ESG da Sinqia, à Exame Invest. 

A prova do discurso fica clara nos resultados do último ano: a receita recorrente ficou em R$ 520 milhões, crescendo 65%, e o Ebitda mais do que dobrou de um ano para o outro, fechando 2022 em R$ 157,5 milhões. Mesmo com a amortização do ágio das aquisições e com a emissão de duas séries de debêntures (uma em 2021 e outra neste ano) a empresa ainda aumentou a última linha do balanço na comparação com o ano anterior: o lucro líquido contábil foi de R$ 26,8 milhões, ante R$ 20 milhões no ano anterior. Excluindo a amortização de ágio, a última linha fica em R$ 46 milhões.

Para 2023, o foco em crescimento permanece. A companhia fechou o último trimestre com R$ 190 milhões em caixa (aumento de mais de 3 milhões em comparação com os três meses anteriores). O dinheiro vem tanto da própria operação — a Sinqia não queima caixa para crescer — quanto de duas emissões de debêntures: uma, realizada em julho do ano passado, de R$ 100 milhões, e outra, realizada em 2021, de R$ 150 milhões. 

Segundo o diretor de RI, o apetite para novas aquisições continua firme e forte a partir desse dinheiro. Inclusive, a companhia estuda fazer uma nova emissão de dívida neste ano, caso uma compra de empresa seja bastante interessante e esteja acima do orçamento previamente definido . A companhia fechou o último ano com uma relação entre dívida líquida e Ebitda de 1,5 vez.

Buscar um novo sócio, por enquanto — ou aumentar a liquidez dos papéis na bolsa — ainda não é uma alternativa vislumbrada para este ano. Mas não significa que foi abandonada pela companhia. “Quando os preços melhorarem a gente considera mais um follow-on ou de repente se surgir alguém interessado em se tornar sócio, poderíamos avaliar. É uma probabilidade mais remota para 2023, de toda forma. Nossa primeira opção seria emitir um pouco de dívida”, afirma Faria.

Olhando para os avanços dentro de casa, a Sinqia aproveitou 2022 também para promover mudanças importantes em seu quadro de pessoas, de olho no futuro. Além de completar o portfólio de produtos via aquisições, a companhia trouxe para dentro de casa novos executivos: João Bolonha (ex-Microsoft e ex-Google), de olho em trazer gás para o cross-selling, e Claudio Prado (ex-Fleury e ex-Deutsche Bank) para cuidar do operacional da empresa, de olho em eficiência.

Para o próximo ano, a Sinqia Digital (12% da receita anual da companhia) apresenta a maior oportunidade de crescimento, em torno de 25% a 30%. Em seguida, vêm Bancos e Fundos (com crescimento na faixa dos 20%), bem como Consórcios e Previdência, com um percentual bastante similar. O desafio a ser cumprido pela companhia daqui para frente é organizar ao máximo a ‘casa’ para conseguir vender o máximo e o melhor aos mais de 900 clientes que hoje fazem parte do portfólio.

Também contribui para essa estratégia o Torq, braço de corporate venture capital da companhia, que completa três anos em 2023. Com 110 startups aceleradas e três investidas (Cellcoin, Data Rudder e Cashway) a ideia é que a área continue se desenvolvendo ao longo deste ano, também de olho em novas oportunidades.

Por fim, a Sinqia também começa a desenvolver sua agenda ESG. Até o fim do primeiro semestre, a companhia deve publicar o primeiro relatório de sustentabilidade de sua história. 

Avaliada em R$ 1,4 bilhão, a companhia ainda é significativamente menor do que outros pares na bolsa, como a Locaweb (avaliada em R$ 3,45 bilhões) e a Totvs (R$ 17,1 bilhões). Mas mostra, mais uma vez, que tem apetite de sobra para crescer. “Somos pequenos, mas já temos uma boa história”, diz Faria. Os primeiros dez anos foram só o começo.

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