Volkswagen e CBMM fazem parceria para veículo movido a bateria de nióbio

Na corrida para ver quem vai conseguir tornar os carros elétricos uma opção cada vez mais viável para os consumidores brasileiros, a Volkswagen Caminhões e Ônibus e a CBMM fecharam parceria para avançar nessa disputa. A montadora e a líder mundial na produção de produtos feitos de nióbio se unem para desenvolver o primeiro veículo brasileiro movido a baterias de nióbio. Com o acordo, a montadora será a primeira, no mundo, a testar as baterias produzidas pela CBMM em parceria com a Toshiba.

O acordo entre as empresas prevê que a CBMM forneça as baterias para que a VWCO seja capaz de fabricar veículos adaptados a elas, do zero, na fábrica da montadora em Resende. Assim que o protótipo estiver evoluído — o que deve acontecer entre nos próximos dois a três anos — o novo veículo deve ser testado continuamente, evoluindo em horas (até chegar ao teste de 24 horas por dia em funcionamento). Esses testes devem ser conduzidos na VWCO e, posteriormente, na planta da CBMM em Araxá (MG). Lá, o veículo deve funcionar tanto para transporte de pessoas dentro da própria planta e, em seguida, no transporte de funcionários pela cidade.

A partir desses testes, a expectativa da CBMM é ter uma bateria de nióbio pronta para comercialização ao setor autonomtivo até o início de 2023. Ao todo, a CBMM prevê a produção de 5 mil células, em parceria com a Toshiba, para serem entregues ao mercado para testes em 2021. Além da Volkswagen Caminhões e Ônibus, há a previsão de enviar as células para 25 clientes que atuam com a produção de carros elétricos. 

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Do lado da montadora, a parceria faz sentido do ponto de vista estratégico, já que a VWCO já tem uma linha de negócios totalmente dedicada a explorar o benefício das baterias para os veículos, chamada e-Mobility — que, inclusive, foi a responsável por desenvolver o primeiro caminhão elétrico fabricado no Brasil, chamado e-Delivery.

Ao mesmo tempo, a CBMM é a líder mundial na produção e comercialização de produtos feitos a partir de nióbio, ou seja, há interesse de sobra em aumentar a gama de produtos fabricados com esse material. A companhia investe anualmente mais de 50 milhões de reais para explorar esse nicho. Especificamente em 2021, serão 60 milhões de reais investidos para essa finalidade, em 40 projetos que estão em andamento. 

A bateria de nióbio tem sido um ativo cada vez mais disputado, globalmente, para avançar de forma mais clara na eletrificação de veículos. Isso porque ela é capaz de ser carregada em minutos — o que é uma vantagem clara em relação às baterias de íon-lítio tradicionais, que podem levar horas para ter carga completa. 

“Pela primeira vez estamos implementando esta solução, que devido ao uso do óxido de Nióbio no ânodo da bateria, permitirá uma operação de carregamento ultrarrápido, em menos de 10 minutos, maior durabilidade, vida útil e segurança. Isso sem falar na autonomia dos veículos, que chega a 350 quilômetros, bastante próxima à do motor a combustão. Este é, sem dúvida, um importante marco para a CBMM e para o Brasil”, diz Ricardo Lima, vice-presidente da CBMM.

Para obter esses benefícios, a Volkswagen Caminhões e Ônibus vai criar e testar veículos totalmente adaptados a essas novas baterias no centro de desenvolvimento da montadora, localizado em Resende. “A CBMM entra com as baterias de nióbio e nós fazemos um produto, testamos e comprovamos a eficiência, a operacionalização e a produtividade em usos reais”, diz Roberto Cortes, presidente da VWCO no Brasil, à EXAME. Nesse período, a VWCO vai monitorar os dados em tempo real e implantar a infraestrutura de recarga ultrarrápida e a preparação de toda a cadeia com treinamento de motoristas, orientações de segurança e suporte no desenvolvimento das carrocerias. 

 



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