Americanas perdem espaço e mercado de esportivos tem nova líder

A categoria de carros esportivos – ou muscle cars, como gostam de chamar os entusiastas – segue até o momento alheia à crise. E neste ano, as marcas americanas perderam espaço para uma alemã, a Porsche, que está registrando forte crescimento das vendas do 911.

Embora este mercado tenha inúmeros concorrentes de peso, no Brasil, frequentemente a liderança fica com as marcas americanas General Motors (com o Camaro) e Ford (com o Mustang). Estes dois modelos custam cerca de 40% menos do que a versão de entrada da rival alemã.

Em 2020, porém, o Porsche 911 voltou a ganhar bastante espaço. “Fizemos um forte trabalho desde o ano passado de aproximação com os clientes, realização de eventos e tivemos o suporte da matriz, que aumentou a produção para atender à elevação da demanda por aqui”, afirma Werner Schaal, diretor de vendas da Porsche do Brasil, em entrevista à EXAME.

Somente em abril, a Porsche emplacou mais do que o triplo da segunda colocada no ranking de esportivos, a Ford, conforme levantamento compilado pela Bright Consultoria automotiva.

Ainda de acordo com a Porsche, no primeiro trimestre foram emplacadas mais de 300 unidades do 911 no Brasil. “É um recorde na história da marca no país”, diz Schaal.

Para Murilo Briganti, diretor de produto da Bright, marcas como a Porsche têm todo um trabalho específico de vendas, com eventos e experiências que visam fidelizar o cliente do segmento de luxo.

“Diferentemente de marcas como Ford e GM, o foco total da Porsche é o segmento premium”, explica o especialista.

Máquina alemã

Conhecido por sua potência e velocidade, o 911 pode chegar a 100 quilômetros por hora em apenas 2,7 segundos, na versão Turbo S.

Mas, como qualquer carro esportivo no Brasil, a família 911 é para poucos. O modelo custa a partir de 520.000 reais, podendo chegar a 1,330 milhão de reais, na versão topo de linha. “Trata-se de um carro totalmente customizável”, explica Schaal.

Interior do Porsche 911

Interior do Porsche 911 (Porsche/Divulgação)

O executivo afirma que grande parte do volume de vendas no primeiro quadrimestre é reflexo de um trabalho iniciado ainda em 2019. A marca está expandindo a rede de concessionárias e hoje tem 10 lojas. A previsão é abrir outras três em 2020.

“Parte do crescimento se deve também à abertura de lojas, pois nas regiões com potencial de vendas o cliente precisa da segurança de que vai ter uma concessionária próxima para realizar a manutenção do carro”, diz Schaal.

Mesmo com o dólar nas alturas, o executivo diz que não há nada definido sobre aumento de preços dos veículos neste momento. Sobre as perspectivas para o mercado em 2020, ele está cauteloso.

“Historicamente, nas crises, o segmento premium é menos volátil. Mas diante da situação atual, com isolamento social, não é possível fazer qualquer previsão para o ano.”


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