Clube recebe Linhares, da SPX: Fed terá que subir juro acima de 2,5%

Índices de preços se tornaram uma surpresa constante para economistas do mundo inteiro, mas não para a SPX Capital, que tem batido nessa tecla desde quando o discurso de “inflação transitória” ainda predominava. Mas dados de inflação, segundo Leonardo Linhares, diretor executivo e gestor de da SPX, continuarão superando as estimativas do mercado por mais algum tempo. 

A tese da gestora com 50 bilhões de reais em ativos sob gestão foi explicada na participação de Linhares no 17º episódio do Clube, videocast semanal da EXAME Invest. O programa é apresentado por Daniel Cunha, da área de sales do BTG Pactual, e Bruno Lima, head de análise de ações do BTG Pactual digital. 

“Está longe de ser uma inflação baseada apenas em choque de oferta. Não vimos nos últimos 20 anos ou mais forças tão alinhadas para produzir inflação, seja na parte monetária ou fiscal”, afirmou Linhares. 

O gestor citou entre as pressões inflacionárias o aumento de demanda e a menor disponibilidade de mão-de-obra. “As pessoas querem trabalhar menos, estão mais ricas. A inflação está e vai continuar surpreendendo. O aumento de preços é global.”

Linhares disse acreditar que o controle da alta de preços e das expectativas de inflação exigirá um duro aperto de juros por parte do Federal Reserve (Fed). O principal banco central do mundo, disse o gestor, demorou para assimilar as condições inflacionárias e do mercado de trabalho. Para arrumar a casa, o Fed precisará subir a taxa para um patamar acima do juro neutro, que seria de 2,5%, de acordo com o gestor.

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“Achamos que vai precisar de mais juros. Afinal, a inflação vai estar acima de 2,5% [estava em 7,5% na taxa em 12 meses em janeiro]. O mínimo para o Fed é colocar um juro real zero ou levemente positivo, para indicar que está restritivo. Então, 2,5% de juro não será suficiente. Vai precisar de mais juro do que o precificado na curva”, pontuou.

O temor global sobre a inflação, na visão de Linhares, está intimamente ligada à entrada de fluxo estrangeiro na brasileira, que já soma 47 bilhões de reais no ano. “Nada melhor que commodities para isso. O Brasil é extremamente beneficiado.”

O gestor, por outro lado, disse enxergar um ambiente desafiador para empresas de tecnologia, com perspectivas de crescimento mais alongadas. “Foi o setor em que foram feitos os maiores investimentos dos últimos anos, mas não tem como ter toda essa disrupção no mercado.”

Em janeiro, o índice global de tecnologia MSCI World Information Technology Index (USD) caiu mais de 8%, em sua pior performance mensal desde março de 2020.

Para Linhares, a recente concentração de investimentos em tecnologia amplificou as perdas do setor. “Havia pessoas com posição demais. Os [novos] fundos de ESG foram os compradores mais novos. Aí teve a reviravolta.”

Assista ao programa Clube com Leonardo Linhares, da SPX:

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