Com ouro de Ítalo, o bilionário negócio do surfe segue rumo ao ápice

A medalha de ouro de Ítalo Ferreira no surfe nesta Olimpíada traz, além do doce sabor da vitória, a perspectiva de ainda mais atenção para um esporte que movimenta cifras bilionárias. Mais precisamente, R$ 7 bilhões ao ano, segundo o Instituto Brasileiro de Surfe (Ibrasurfe). O valor compreende gastos com roupas, pranchas e acessórios.

As cifras refletem o potencial de um setor com muitos interessados. Em 2019, uma pesquisa do Ibope Repucom mostrou que o país tem 54 milhões de pessoas acima dos 18 anos interessadas no estilo de vida do surfe, além de 25 milhões de fãs do esporte, como apontou coluna publicada pela Exame. Antes da pandemia, a Liga Mundial de Surf (WSL) contava três milhões de praticantes do esporte, sendo 150 mil deles moradores da capital paulista. 

O Brasil parece ter o combo perfeito para o sucesso da modalidade: praias extensas, o custo relativamente baixo para a prática, bons atletas e grandes chances de profissionalização da carreira. Os fatores produziram pelo menos quatro atletas da modalidade, com alguns nomes conhecidos pelo público em geral.

Não é a toa que o país conta com uma geração conhecida como “brazilian storm“. Em 2011, na edição do Circuito Mundial de Surf (WCT), sete surfistas brasileiros ganharam quatro das onze etapas, além de quatro pódios. Nos dois anos seguintes, foram três finais consecutivas. Em 2014, Medina conquista seu primeiro mundial, seguido por Adriano de Souza em 2015 e uma nova conquista em 2018. Ítalo Ferreira completou a sequência em 2019.

Entre 2015 e 2019, o aproveitamento foi de quase 50%. Das 66 etapas disputadas, o Brasil venceu 30. Em 2019, foram seis vitórias e dez pódios de brasileiros — além de ser o país com maior número de representantes. No mesmo ano a WSL abriu um escritório em São Paulo, mirando o crescimento exponencial da categoria no país, dado que 30% da audiência nas plataformas no mundo é de brasileiros.

Alexandre Zeni, presidente do Ibrasurf, analisa que o surf no Brasil é consumido muito mais por simpatizantes do que por praticantes, mas aponta para uma possível inversão de cenário. “O número de praticantes no país cresceu muito com a pandemia. Com o êxodo observado durante a quarentena, com mais pessoas saindo das cidades e indo para o litoral, as escolas de surf se fortaleceram e viram o número de alunos multiplicar. A tendência é que, com as Olimpíadas, este número aumente ainda mais.”

Tanto potencial faz com que até mesmo marcas que não têm seus negócios diretamente ligados ao surfe visualizem no esporte uma alternativa importante de patrocínio. Mais atletas, mais vitórias e mais visibilidade. É o caso da Localiza, por exemplo, que ingressou no esporte pela primeira vez em 2021.



Continue lendo

Recomendados

Desenvolvido porInvesting.com
Infraestrutura, Todos

Notícias relacionadas

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Preencha esse campo
Preencha esse campo
Digite um endereço de e-mail válido.
Você precisa concordar com os termos para prosseguir

Menu