É a pior hora do mundo para tributar o emprego, diz José Pastore

José Pastore, professor da FEA-USP e presidente do Conselho de Emprego e Relações do Trabalho da Fecomercio-SP, afirma não entender a decisão do governo de vetar a prorrogação da desoneração da folha de pagamento de setores que empregam seis milhões de pessoas. Ele afirma que isso vai na contramão do que é necessário neste momento.

Como o senhor avalia o veto à desoneração da folha bem no meio da pandemia?

Eu não entendi porque, em um momento de pandemia, em que a crise já está tão grave na questão do emprego e do trabalho, o governo quer tributar mais o trabalho. E fiquei sem entender pois Paulo Guedes, o ministro da Economia, tem sido um guardião nesta luta da desoneração da folha. Ele acha que o tributo que incide sobre o trabalho é muito cruel. Ele não se conforma com isso, quer reduzir isso a todo o custo. A pandemia pede alívio dos tributos sobre o trabalho. O mais grave que ocorre é o desemprego, a falta do trabalho, formal ou informal. O Brasil está vivendo isso. Nosso problema agora não é tanto de aumento de demissão, é de falta de contratação. As medidas (lançadas pelo governo) conseguiram segurar um pouco as demissões. Mas agora as contratações estão mínimas. Se a gente tributar ainda mais o trabalho, isso é um convite não apenas não contratar, mas para demitir. Se você não tem emprego não tem renda, e se não tem renda, não tem consumo.

Pode ser um instrumento de pressão para aprovar a reforma tributária?

Pode ser. A área política não é a minha praia, eu não tenho informações sobre isso, não sou capaz de avaliar.

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