Entenda o que muda no mercado de cripto com a aprovação de ETFs de Bitcoin

O ano começou com uma notícia bastante aguardada pelos investidores: após uma longa espera, a Securities and Exchange Commission (SEC), como é chamada a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) americana, finalmente anunciou, no último dia 10, a liberação de 11 pedidos de lançamento de ETFs de Bitcoin na bolsa de valores dos Estados Unidos.

“A aprovação marca um novo patamar de aceitação, maturidade e popularização do mercado de criptoativos, promovendo mais credibilidade à indústria e abrindo potencial para mais inovação”, afirma Richard Teng, CEO da Binance, plataforma com o maior volume diário de negociação de criptomoedas do mundo.

O que muda com a aprovação dos ETFs Bitcoin?

Na prática, a partir de agora os investidores poderão comprar ativos que rastreiam o preço do token sem que, para isso, tenham de abrir uma conta em uma exchange de criptomoedas ou criar uma carteira digital.

“Os ETFs Bitcoin facilitarão o acesso ao mercado de criptoativos, atraindo mais investidores e liquidez. Embora não seja fácil antecipar a escala de novos entrantes e as dinâmicas de mercado (as quais estão sujeitas às próprias dinâmicas de mercado), é útil notar que a introdução dos ETFs de ouro em 2004 resultou em sete anos de ações positivas de preço”, destaca o CEO da Binance.

O que muda para os investidores?

Para entender como essa novidade deve impactar o setor e levar mais conhecimento ao público, a Binance reuniu, em um painel online mediado pelo seu diretor institucional de vendas, Eduardo Morrison, os especialistas Martin Bednall, CEO da Jacobi Asset Management; Fábio Frontini, fundador da Abraxas Capital; e David Fauchier, product manager da Nickel Digital. O episódio completo do VIP Voices pode ser conferido aqui.

A definição de ETF

Bednall começou explicando que um ETF (Exchange-Traded Fund) é semelhante a um fundo de investimento tradicional, porém listado em bolsas de valores. “Isso proporciona fácil acesso e flexibilidade, tornando os ETFs veículos de investimento preferidos para investidores institucionais e de varejo”, diz o especialista.

Ele também compartilhou a experiência da Jacobi Asset Management no lançamento do primeiro ETF Bitcoin regulamentado na Europa. “Perseverança foi essencial. Nosso objetivo era tornar a cripto mais acessível a investidores institucionais e qualificados, focando também na educação daqueles que são novos no mundo cripto”, destaca.

Educação financeira

Frontini concorda. “Muitos gestores de fortunas hesitam em recomendar estes produtos devido à falta de compreensão. Educação e informação são vitais”, afirma. O especialista acredita ainda que, se esses ativos tiverem um desempenho superior ao de outros, os gestores de patrimônio correm o risco de perder clientes por não se envolverem. “Além disso, os ETFs podem ser utilizados como garantia para estratégias mais complexas, ampliando o seu apelo e utilização”, afirma o fundador da Abraxas Capital. A visão de Fauchier, da Nickel Digital, também é otimista. Para ele, embora a aprovação de um ETF Bitcoin nos EUA possa congestionar a rede Bitcoin, o mercado tende a se adaptar e se estabilizar diante do novo cenário. “Mesmo com entradas substanciais, dados os volumes diários à vista e de derivativos em Bitcoin, não prevejo que o mercado pare. Arbitragens com capital adequado podem realocar liquidez de forma eficiente. Portanto, embora os spreads possam ser os melhores durante todo o ano, não espero inutilização do blockchain ou interrupções significativas.”

O Brasil na dianteira

Outra boa notícia é que, enquanto países europeus e asiáticos como Hong Kong ainda engatinham nas discussões em torno dos ETFs Cripto, no Brasil, segundo a B3, já existem 13 ETFs associados a cripto listados – boa parte deles sob gestão da Hashdex, pioneira global em gerenciamento de ativos criptográficos.

Esse foi outro ponto levantado pelos especialistas durante o VIP Voices. Para eles, gestores cripto nativos saem na frente em relação às entidades financeiras tradicionais justamente por conta da experiência nesse universo e da capacidade de adaptação às mudanças de mercado.

O fato é que, à medida que o ecossistema evolui, é importante que os reguladores e a indústria financeira como um todo trabalhem colaborativamente para maximizar os benefícios e mitigar os riscos associados a ativos financeiros inovadores. “Investimento direto em Bitcoin e diversos instrumentos regulamentados coexistirão, possibilitando diversas estratégias de investimento e atendendo a diferentes perfis de risco e preferências. Isso sinaliza uma nova e emocionante era de adoção e legitimidade, não apenas para o Bitcoin mas para todo o espaço cripto”, diz Richard Teng, CEO da Binance.

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