EXAME/IDEIA: 45% dos brasileiros apoiam a privatização dos Correios

 (Divulgação/Divulgação)

Uma reunião nesta quinta-feira, 27, na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), em Brasília, deu mais um passo rumo à privatização dos Correios. No encontro, estavam os ministros Paulo Guedes, da Economia, e Fabio Faria, de Comunicações, toda a cúpula do BNDES, liderada por Gustavo Montezano, e o presidente da estatal, Floriano Peixoto Vieira Neto.

O objetivo do encontro, agendado há vinte dias, era discutir os próximos passos dos estudos, conduzidos pelos BNDES, a respeito dos indicadores financeiros da estatal e seu valor de mercado, fundamentais para a privatização da companhia. Segundo os participantes, há boas notícias. “As avaliações estão caminhando rapidamente e até setembro os levamentos deverão estar concluídos”, diz Leonardo Cabral, diretor de privatização do BNDES. Com isso, a previsão é que o edital sobre a desastatização da empresa seja publicado até o final do ano, para que a venda possa ser concretizada até o início de 2022.

Em paralelo, os parlamentares vêm trabalhando para a aprovação do marco legal do setor postal, que acaba com o monopólio dos Correios — outro ponto fundamental para a privatização da companhia. “Em julho ou agosto, vamos votar os Correios. Esse é o prazo que acertamos para que se pudesse dar tempo de fazer audiências pública, discutir e acertar os detalhes”, disse o deputado Arthur Lira, presidente da Câmara, em entrevista exclusiva à EXAME.

Nesta sexta-feira, 28, por exemplo, ocorre uma dessas audiências protocolares na Comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e da Amazônia para debater sobre os serviços prestados pelos Correios na Amazônia e o projeto que autoriza a entrada da iniciativa privada na exploração de serviços postais. “Haverá todo o tempo necessário”, disse Lira.

O avanço dessa agenda interessa também ao mercado. Já circulam nomes de possíveis interessados na venda dos Correios, como o Magazine Luiza e o Mercado Livre, que estariam atentos a ativos como a capiralidade da estatal e sua capacidade logística. O BNDES também está atento aos movimentos do mercado: não está descartada a possibilidade de ouvir eventuais investidores para definir o valor de mercado dos Correios.

A proposta de privatização dos Correios recebe cada vez mais apoio da população. Como mostram as pesquisas EXAME/IDEIA, projeto que une Exame Invest Pro, braço de análise de investimentos da EXAME, e o IDEIA, instituto de pesquisa especializado em opinião pública, o apoio à venda da estatal vem aumentando. Segundo o levantamento realizado com 1.243 pessoas, entre os dias 19 e 20 de maio, 45% dos brasileiros são favoráveis à privatização dos Correios. Esse percentual aumentou em relação à rodada semelhante realizada em setembro de 2020, quando 40% da população aprovava a venda da estatal.

O apoio à privatização é maior entre a população com mais escolaridade e renda. Entre aqueles que completaram o ensino superior, 54% defendem a venda dos Correios, ante 39% daqueles que concluíram apenas o ensino fundamental. No grupo daqueles com rendimentos superiores a cinco salários mínimos, 63% são favoráveis à privatização. Na faixa da população que ganha entre um e três salários mínimos por mês, a aprovação cai para 47%.

“O número de pessoas favoráveis à privatização tem crescido no Brasil. É muito significativo que 45% dos brasileiros apoiam a privatização dos Correios”, avalia Maurício Moura, fundador do IDEIA.

 (Arte/Exame)

De acordo a análise de cientistas políticos, boa parte dos brasileiros tem uma percepção de deterioração da qualidade do serviço da estatal e dos altos preços cobrados. “Muita gente depende dos Correios, seja para receber compras realizadas online ou boletos”, diz Eduardo Mello, professor de ciências políticas na Fundação Getulio Vargas. “Quando uma encomenda demora para chegar, ainda mais agora durante a pandemia, ou uma greve paralisa as operações da estatal, como aconteceu no ano passado, aumenta o sentimento de que a empresa não funciona como deveria”.

Programada para o início de 2022, a venda dos Correios deve acontecer paralelamente à capitalização da Eletrobras, avaliada previamente em pelo menos 60 bilhões de reais pelo Ministério da Economia. No último dia 20, a Câmara aprovou a medida provisória que autoriza a privatização da Eletrobras, a maior empresa de energia elétrica da América Latina, depois de três anos de tentativas de colocar a iniciativa em pauta. É verdade que falta ainda o aval do Senado. “Mas agora, vai”, diz Diogo Mac Cord, secretário especial de desestatização do Ministério da Economia. “Temos o conforto de que hoje o Congresso é alinhado com a agenda de privatização”.



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