Físico registra dupla explosão de meteoro nos céus de Sorocaba

Um meteoro explodiu duas vezes seguidas, deixando um curioso rastro de luz no céu de Sorocaba, interior de São Paulo, na quarta-feira, 20. O fenômeno incomum foi registrado pelo físico Marco Antonio Centurion, de 31, que faz parte da Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros (Bramon) e mantém uma estação de observação em sua casa, próxima ao centro da cidade. As imagens viralizaram em redes sociais (veja abaixo).

O registro aconteceu às 19h17 e durou cerca de seis segundos, quando o duplo impacto do meteorito com a atmosfera iluminou o céu de Sorocaba e impressionou o físico. “Não chega a ser um fenômeno raro, mas é bastante incomum e deste conseguimos um registro muito nítido”, disse.

As imagens impressionaram também os colegas de Centurion no Clube de Astronomia Centauri, um grupo de voluntários interessados em astronomia.

Ele acredita que a dupla explosão se deu porque o meteorito tinha massa mais densa ou por ser um corpo celeste maior do que o normal. “O tamanho médio de um meteoro equivale ao de uma moeda de 1 centavo. Quando ele entra na atmosfera, se choca com a camada de gases da atmosfera e aquece até explodir, virando poeira. Nesse caso, provavelmente, a primeira camada explodiu e ainda restou massa, que também incandesceu e gerou a segunda explosão”, explicou.

Um fenômeno semelhante aconteceu no início do ano no Rio Grande do Sul, segundo o pesquisador.

Membro voluntário da Bramon desde 2020, ele já registrou muitos meteoros, mas é a primeira vez que consegue captar uma dupla explosão em ângulo tão favorável. “Costumo brincar que se fosse fazer um pedido a cada estrela cadente, nome popular do meteoro, teria feito mais de um por dia. Esse registro foi diferente porque minhas câmeras estavam bem posicionadas”, disse.

Sua estação trabalha com uma câmera apontada para o nordeste e outra para o oeste, ambas acopladas a um computador.

As imagens serão analisadas por ele, com suporte da Bramon, já que outros observadores captaram as mesmas explosões de outros ângulos. Isso permite ‘triangular’ os dados e definir a trajetória do meteoro. “Com as imagens, eu faço uma análise preliminar e consigo gerar dados que serão compartilhados com a rede”, disse.

Professor de Física e Matemática, Centurion é apaixonado por Astronomia e exerce a função voluntária de diretor científico do Clube de Astronomia Centauri, criado em 2014, em Itapetininga, também no interior paulista. O clube conta com mais de 60 membros.

O Centauri faz parte do programa Space Place da Nasa, a agência espacial norte-americana, e já recebeu um certificado de reconhecimento pelo trabalho de coleta de dados e divulgação científica sobre meteoros através de palestras e nas redes sociais. “A gente traduz, faz a regionalização (adequação às condições brasileiras) e divulga os trabalhos de astronomia que recebe da Nasa. Nosso sonho é que a astronomia se torne matéria curricular nas escolas, como é a física”, disse.



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