Há 80 anos no Brasil, o que a maior fabricante de cilindros de oxigênio tem a dizer

Fazer oitenta anos é motivo de comemoração para praticamente qualquer pessoa – para uma empresa então, trata-se de uma missão e tanto. O grupo MAT, maior produtor de cilindros das Américas chegou a essa marca em 2020. Antes da pandemia, motivos para fazer a festa não faltavam: a companhia cresceu 22% em volume de cilindros vendidos em relação a 2019 e aumentou em 29% o faturamento, atingindo a marca de R$ 160 milhões. Com a ausência de aglomerações, a festa teve de esperar.

A situação caótica gerada pelo novo coronavírus deu trabalho para a empresa (literalmente). Em 2020, a MAT vendeu 241.618 cilindros de oxigênio – o maior volume registrado pela empresa desde 2018 e a continuação de uma trajetória de crescimento desde então. Em 2019, foram 199.220 e, há três anos, 190.668.

O mundo está mais complexo, mas dá para começar com o básico. Veja como, no Manual do Investidor

Diante de um cenário econômico por vezes adverso, a companhia continua a ter boas perspectivas: a projeção do grupo é crescer 15% em faturamento. O crescimento, é claro, também se reflete nas distribuidoras de cilindros. A Gás Norte, que atua em São Paulo, registrou aumento de 25% nas vendas em 2020 – tendo a MAT como a principal fornecedora.

Para entender um pouco mais sobre a trajetória da companhia em meio a uma das maiores crises sanitárias dos últimos anos, a EXAME conversou com Luiz Fernando Gennari Assaf, diretor-presidente do grupo MAT.

EXAME: Como funciona o mercado de cilindros no país? Qual o principal desafio?

Luiz Fernando: O cilindro tem uma característica um pouco diferente da maioria dos produtos: o tempo de vida útil previsto dele é de 60 anos. Poucos produtos têm uma visão de longo prazo com tanta duração.

No último ano, vendemos 110 mil cilindros para gases medicinais – mas não são só estes que estão em circulação no país, porque, veja, os de 2019 continuam funcionando, assim como os de 2018, até os de 1985. Por essa característica, sempre estamos em busca de novos mercados, o que é bastante desafiador.

É curioso a gente conseguir manter o giro desse produto. A verdade é que, conforme a economia vai aumentando, a demanda por cilindros acompanha esse movimento. Somos um mercado totalmente atrelado ao crescimento da economia. Se entra em crise, a gente sofre as consequências também – inclusive antes de o crescimento no cenário geral diminuir.

EXAME: Quais os tipos de cilindros fabricados por vocês?

Luiz Fernando: Industrial, medicinal e de gás natural veicular (GNV). Uma curiosidade nisso é a de que o industrial é tecnicamente o mesmo cilindro do medicinal. O grau de pureza do oxigênio ali dentro é igual.

A única diferença é que o medicinal recebe uma lavagem por dentro para tirar qualquer tipo de impureza que possa prejudicar o paciente, enquanto o industrial não precisa disso. Se houver um mínimo resíduo para a indústria isso não deve gerar grandes problemas (desde que seja muito pouco, é verdade).

Continue lendo

Recomendados

Desenvolvido porInvesting.com
Negócios, Todos

Notícias relacionadas

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Preencha esse campo
Preencha esse campo
Digite um endereço de e-mail válido.
Você precisa concordar com os termos para prosseguir

Menu