Início de uma era: El Salvador adota bitcoin como moeda oficial

 

 

Pelo mesmo motivo, economistas e organismos como o Banco Mundial, o FMI e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) expressam ceticismo sobre a medida.

“Um dos primeiros riscos que advertimos é que os custos da experiência são pagos pela população”, disse o economista Ricardo Castañeda, do Instituto Centro-Americano de Estudos Fiscais.

O governo de Bukele garante que a polêmica medida contribuirá para a bancarização da população e evitará uma perda de 400 milhões de dólares nas remessas que os salvadorenhos enviam do exterior e que representam 22% do PIB, embora alguns especialistas questionem a afirmação.

Em El Salvador, que dolarizou sua economia há duas décadas, a maioria dos 6,5 milhões de salvadorenhos rejeita o bitcoin promovido por Bukele e prefere continuar usando o dólar, segundo as últimas pesquisas.

Sete em cada 10 salvadorenhos indicaram que “discordam ou discordam veementemente” do bitcoin, que circulará ao lado do dólar, apontou uma pesquisa recente da Universidade Centro-Americana (UCA), que consultou 1.281 pessoas em meados de agosto.

Dos mais de 1.500 consultados em outra pesquisa do jornal La Prensa Gráfica, 65,7% disseram que desaprovam a criptomoeda.

A diretora do Instituto de Opinião Pública da UCA, Laura Andrade, garante que a população resiste ao bitcoin por não considerá-lo uma forma de melhorar sua situação econômica.

 

 

A Assembleia Legislativa aprovou a lei do bitcoin em junho, e no fim de agosto endossou um fundo de 150 milhões de dólares para garantir a “conversibilidade automática” do bitcoin ao dólar. A lei estabelece que o câmbio entre o bitcoin e o dólar “será livremente estabelecido pelo mercado” e obriga “a aceitar o bitcoin como forma de pagamento”.

O fato de sua cotação ser determinada “exclusivamente pelo mercado” torna o bitcoin “altamente volátil”, alertou a Fundação Salvadorenha para o Desenvolvimento Econômico e Social (Fusades).

A Fundação também considera “inconstitucional” impor “a aceitação obrigatória do bitcoin como forma de pagamento quando oferecido” em qualquer transação econômica.

Incentivado por uma alta aprovação pública, mas criticado por várias medidas consideradas autoritárias e que afetam a independência entre os poderes do Estado, Bukele defende sua decisão e acusou a oposição de “assustar” a população sobre a criptomoeda.

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