Itapemirim perde contrato de R$ 2 bilhões em cidade do interior de SP

Em sérias dificuldades financeiras, o Grupo Itapemirim teve dois contratos de concessão do transporte público municipal de São José dos Campos (SP) rescindidos pela prefeitura do município nesta sexta-feira. O motivo foi a empresa não ter conseguido demonstrar a compra de cerca de 500 ônibus zero quilômetro para assumir o serviço em maio, como previsto pelo edital. Os dois contratos, somados, chegavam ao valor de R$ 1,97 bilhão.

Procurada, a Itapemirim disse que discorda da decisão da prefeitura de rescindir unilateralmente os contratos e que vai recorrer.

O imbróglio começou quando, em 3 de janeiro, a empresa não cumpriu o prazo exigido pelo edital da concessão para apresentar o compromisso de compra dos veículos, e então notificada pela prefeitura da cidade.

O grupo, controlado pelo empresário Sidnei Piva, está em recuperação judicial e acumula dívidas que superam os R$ 2 bilhões, mas conseguiu vencer no ano passado os dois lotes da licitação do transporte público da cidade paulista de 730 mil habitantes.

A Itapemirim é acusada por credores e pelo Ministério Público de São Paulo de não cumprir seu plano de recuperação judicial e de ter desviado recursos da empresa para constituir a Itapemirim Transportes Aéreos (ITA), que deixou de operar uma semana antes do Natal.

A companhia aérea e o grupo estão na mira da promotoria, que pediu à Justiça o arresto dos bens de Piva e a decretação de falência de todo o grupo.

Após não ter mandado a documentação à prefeitura de São José dos Campos, a Itapemirim apresentou um acordo de intenção de compra de veículos elétricos com uma empresa que supostamente é representante comercial de uma montadora chinesa.

A documentação, no entanto, não comprovava a aquisição dos veículos, apenas mencionava a intenção de compra, segundo a prefeitura.

Além disso, os ônibus chineses seriam todos elétricos, o que não estaria previsto no edital da licitação. A prefeitura da cidade decidiu, então, rescindir unilateralmente os dois contratos com a Itapemirim e deu prazo de cinco dias para que a empresa possa recorrer.

O prefeito Felício Ramuth (PSDB) disse ao GLOBO que os contratos das atuais concessionárias vence em outubro de 2022 e que há tempo para que uma nova concorrência seja feita até lá.

Em nota, a prefeitura afirma que “os fatos (…) são indicativos de que o funding para a efetiva execução das obrigações contratuais, que correspondem à aquisição de frota, é o real problema de que padeceria o grupo (Itapemirim)”.

“Tal situação que coloca sob risco a efetiva execução dos novos contratos de concessão e a prestação dos serviços recomenda que a administração adote as devidas providências a fim de ultimar o procedimento de rescisão dos contratos”, afirma o documento.

Procurada, a Itapemirim afirmou que discorda da decisão da prefeitura e afirmou que deverá recorrer.



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