Land Rover volta a fazer o Evoque no Brasil neste ano

Quem acredita que a Jaguar Land Rover pode ser a próxima montadora a deixar o Brasil, como ocorreu com Ford e Mercedes-Benz, “está fazendo a aposta errada”, diz o presidente da empresa na América Latina e Caribe, Frédéric Drouin. Ao longo de sete anos — com exceção de 2018 —, a marca registrou seguidas quedas de vendas no país, mas espera voltar a crescer neste ano com o retorno da produção local do Range Rover Evoque.

O utilitário esportivo (SUV) deixou de ser feito na fábrica de Itatiaia (RJ) em 2019, quando a matriz britânica atualizou a plataforma que é dividida com o Discovery Sport, que passou a ser o único modelo de fabricação nacional da marca. Segundo Drouin, a ideia era nacionalizar o Evoque em 2020, mas, com a pandemia, o projeto foi congelado. “Agora, temos a oportunidade de voltar a produzi-lo”, diz.

Sem revelar investimentos, o executivo afirma que o Evoque começará a ser feito no último trimestre e será vendido como linha 2022. Em janeiro, em encontro com o governo do Rio, a empresa disse que investiria 19 milhões de reais, mas não detalhou em que seriam gastos.

A fábrica será fechada em julho para adaptações necessárias para a produção do Evoque. Nos últimos meses, o quadro de funcionários, que era de 250 pessoas antes da pandemia, foi ampliado para 450.

Com o SUV de luxo compacto, a Land Rover volta a produzir os dois veículos de quando inaugurou a fábrica, em 2016, porém mais evoluídos. Entre as inovações tecnológicas, estão câmera 360° (que mostra todo o lado externo do veículo) e uma função em que o motorista tem ampla visão do terreno à sua frente. Também tem sensor que monitora a profundidade da água no local em que o carro está.

O Evoque importado custa atualmente 373.000 reais, mas a empresa não informa se o preço será mantido para o nacional.

Em 2020, a Land Rover vendeu 4.600 unidades de seus SUVs de luxo, incluindo versões importadas e o nacional Discovery. Foi o menor volume da marca em dez anos, inferior inclusive ao de períodos em que apenas importava.

A fábrica tem capacidade instalada para 24.000 veículos ao ano, mas vem mantendo média de 2.000 a 3.000 unidades. Desde sua inauguração, a maior venda foi registrada em 2018, com 6.750 unidades. A melhor marca, porém, é de período anterior — em 2013 com 10.600 modelos.

Nos primeiros quatro meses deste ano, foram vendidos 1.880 carros da marca, 14,3% mais que em igual período do ano passado. Já os negócios com o esportivo Jaguar caíram quase 80% porque fábricas do modelo tiveram problemas com a falta de semicondutores.

Mais ganhos

Drouin explica que o resultado do ano passado da Land Rover também foi afetado pela falta de chips. A pandemia levou o grupo a suspender a produção por várias semanas.

O executivo não se abala com dados de comercialização. “Nosso foco é em uma operação sustentável, e não em número de vendas”, diz. Ele ressalta que o tíquete médio dos modelos do grupo é de 330.000 a 350.000 reais, o que garantiu à empresa equilíbrio fiscal no ano passado, quando várias montadoras de grande porte registraram prejuízos. A Land Rover disputa um nicho de mercado que consome cerca de 18.000 veículos por ano e detém perto de 30% desse volume.

Além da volta do Evoque, a montadora buscou novos negócios durante a pandemia. Um deles é um contrato de arrendamento (leasing) de seu laboratório de emissões para a empresa Idiada, que presta serviços de testes para outras empresas do setor automobilístico.

Também inaugurou, na semana passada, uma divisão exclusiva para restauração de veículos clássicos da marca. “Já recebemos mais de 200 consultas de interessados”, diz Drouin. 



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