Mais pobres sentem a inflação nos alimentos, e ricos nos combustíveis

O aumento da inflação no Brasil, com o IPCA, índice oficial de preços no país, tendo registrado alta de 10,25% no acumulado de 12 meses, tem impactado a população de maneiras distintas. A mais recente pesquisa EXAME/IDEIA mostra que os mais pobres sentiram a alta dos preços de forma mais intensa nos alimentos e bebidas. Já os mais ricos perceberam uma inflação maior nos combustíveis.

A pesquisa EXAME/IDEIA ouviu 1.295 pessoas entre os dias 18 a 21 de outubro. As entrevistas foram feitas por telefone, com ligações tanto para fixos residenciais quanto para celulares. A sondagem é um projeto que une EXAME e o IDEIA, instituto de pesquisa especializado em opinião pública. Clique aqui para ler o relatório completo.

De maneira geral, a inflação foi mais sentida pelos brasileiros nos combustíveis (43%) e nos alimentos e bebidas (40%). Mas quando se coloca uma lupa por classe social, as proporções mudam. Nas classes D e E, a subida dos alimentos foi mais sentida por 56%, enquanto que para 48% das classes A e B, foram os combustíveis que tiveram a maior alta.

 (Arte/Exame)

Ao avaliar o mesmo número por renda, fica ainda evidente que os mais pobres sentem de maneira acentuada a alta dos preços na alimentação. Para 44% dos que ganham até um salário mínimo, os alimentos e bebidas foram os que mais pesaram no bolso. Já para 63% dos ganham acima de cinco salários, os combustíveis representam a maior percepção de aumento de preço.

 (Arte/Exame)

“A pesquisa traz dados muitos eloquentes em relação à inflação. 79% encaram a situação como um grande problema no dia a dia. E os dois itens que mais têm pesado no bolso das pessoas, no aumento de preços que foram identificados na pesquisa, foram os alimentos, bebidas e combustíveis”, explica Maurício Moura, fundador do IDEIA.

Inflação dos alimentos

No ano, os alimentos acumulam alta de 12,47%, segundo o  Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nos últimos 12 meses até outubro, a inflação geral ficou em 10,25%.

Nos acumulado dos últimos 12 meses, até setembro, alguns produtos da cesta básica subiram acima da inflação geral. Só o arroz teve um aumento de 30%, o feijão carioca, 17,3%, a carne vermelha 17%, e os ovos, 15,8%, de acordo com o cálculo do Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Este crescimento nos preços, acima da inflação, impacta na mudança de consumo dos brasileiros. Entre os entrevistados da EXAME/IDEIA, 68% dizem que mudaram os hábitos alimentares por conta da alta dos preços.

“Estamos falando de mais de dois terços dos brasileiros comendo de alguma maneira diferente, obviamente piorando a sua alimentação em função do aumento de preços. Quem trabalha com a inflação, sabe que ela é essencialmente expectativa, e 61% acham que os preços vão continuar aumentando nos próximos seis meses, ou seja, vamos continuar convivendo com um cenário que é bastante preocupante para o Brasil”, avalia Maurício Moura.



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