Mesmo após abastecimento interrompido, cheiro na água do Rio persiste

Região metropolitana do Rio de Janeiro vive crise hídrica devido à entrada de água contaminada em estação de tratamento

Rio de Janeiro — Desde que começou a crise da água no Rio, a dona de casa Lidiane Cândida, de 32 anos, na Tijuca, sente um cheiro ruim no cabelo e na pele da filha de seis anos após lhe dar banho.

Então, ela joga uma garrafinha de água mineral no cabelo da menina após cada chuveirada. A pequena Ana Clara Andrade é alérgica e sua mãe teme que ela venha a ter alguma reação à água da Cedae.

“A criança sai do banho com a pele e o cabelo fedendo. E ela tem alergia, tem saído do banho espirrando”, reclama Lidiane. “Até a roupa que a gente lava, se não coloca amaciante, fica fedendo. O arroz cozido com essa água muda de cor.”

Na casa de da família, a água não chegou a parar de cair, mas na farmácia de Flávia Pércia, no mesmo bairro, a história é outra. Ainda que já tenha voltado, continua barrosa, com forte odor. A moradora do Cachambi de 46 anos tem comprado água mineral para casa e para seus funcionários. Desde o início do problema, já foram cerca de R$ 400 gastos.

“O Guandu fecha, e eu fico sem água na farmácia. A água voltou, mas com cheiro e partículas. Está insuportável. Eu estou trazendo água de casa para meus funcionários porque não tenho coragem de deixar eles tomarem essa água horrorosa”, diz.

A Cedae informou nesta segunda-feira que identificou, por meio de uma análise laboratorial, a presença de detergentes na água bruta que chega à Estação de Tratamento de Água Guandu. Para garantir a segurança hídrica das regiões atendidas pelo Guandu, diz a companhia, a diretoria resolveu interromper o processo de produção na Estação.

Já na casa da diarista Maria Madalena Medeiros, de 40 anos, a água não voltou. Assim como Lidiane, ela tem uma filha de 6 anos e se preocupa com a água que será oferecida a ela na volta às aulas, programada para esta quinta-feira:

“Lá em casa não cai nada desde ontem. Nem água boa nem ruim.”

Pai de uma menina de 2 anos, o professor Hugo Dart, de 44, tem comprado água para a menina desde que a sua mulher passou a sentir um gosto estranho. E aparentemente os mercados estão apostando na preocupação da clientela com a água da torneira.

“Agora não está tão difícil de encontrar água mineral, estava pior antes”, afirma.

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