Rotatividade recorde no Brasil força empresas a investirem em seguro de vida para funcionários

Rotatividade recorde no Brasil força empresas a investirem em seguro de vida para funcionários

A conta da rotatividade está pesando no caixa das empresas brasileiras. O país lidera o ranking mundial de turnover com 51,3% ao ano, o que significa que uma em cada duas pessoas muda de emprego num intervalo de 12 meses. E o pior: cada saída custa muito mais do que parece à primeira vista.

Especialistas estimam que substituir um colaborador pode custar entre 50% e 200% do salário anual dele, dependendo do cargo e da área. Diante desse cenário pesado, gestores têm buscado alternativas para proteger a operação. Uma das apostas que vem crescendo rápido é o seguro de vida para funcionários, benefício que oferece proteção financeira quando alguém morre ou fica inválido, evitando que a empresa enfrente prejuízos inesperados.

Por que a rotatividade custa tão caro?

Quando alguém sai, não é só o salário que vai embora. Tem um monte de gasto que passa despercebido. Começa com o desligamento — rescisão, férias proporcionais, FGTS. Depois vem o processo de contratar alguém novo: anúncios, entrevistas, tempo de gente da equipe dedicado à seleção.

E não para por aí. O novo colaborador leva semanas (às vezes meses) para pegar o ritmo. Nesse meio tempo, a produtividade despenca, a equipe fica sobrecarregada e o clima organizacional vira um problema. Segundo especialistas, a perda de produtividade pode chegar a 30% durante esse período de transição.

Um exemplo prático: se um gerente que ganha R$ 10 mil por mês sair, o custo total para substituí-lo pode passar de R$ 81 mil. E isso sem contar a possível perda de clientes ou projetos que dependiam daquele profissional.

Seguro de vida ganha espaço como escudo financeiro

Empresas de pequeno e médio porte estão correndo para oferecer seguro de vida aos colaboradores. A Prudential do Brasil, por exemplo, viu suas vendas desse tipo de apólice crescerem 50% nos primeiros meses de 2025 em comparação ao mesmo período de 2024. Hoje, pequenas e médias empresas já representam mais da metade da carteira corporativa da seguradora.

Marcell Guimarães, gerente de vendas da Omint Saúde, explica que o seguro de vida em grupo tem um custo-benefício excelente e ainda pode ser combinado com plano de saúde na oferta para o RH. “É uma ferramenta estratégica para a sustentabilidade dos negócios e para a atração e retenção de talentos”, diz.

O benefício vai além da proteção em caso de morte. Ele também cobre invalidez permanente por acidente ou doença grave, garantindo recursos para a empresa se reorganizar sem quebrar o caixa. E tem outro ponto importante: em várias categorias profissionais, convenções coletivas já exigem esse tipo de cobertura, então quem não oferece pode levar multa ou processo trabalhista.

Benefícios que fazem diferença na retenção

O seguro de vida entrou na lista dos benefícios mais valorizados pelos trabalhadores em 2025. Segundo levantamento da FenaPrevi, com base em dados da Susep, os seguros de vida em grupo arrecadaram R$ 15,6 bilhões em prêmios em 2024, um crescimento de 5,6% em relação ao ano anterior.

Além disso, uma pesquisa da Onhappy mostrou que 62% das empresas brasileiras planejam aumentar o orçamento para benefícios corporativos em 2025. A lista inclui planos de saúde, vale-alimentação, programas de bem-estar e, claro, seguro de vida.

Stefano Convertino, diretor executivo da Generali Employee Benefits no Brasil, reforça que a tecnologia e as soluções integradas têm ajudado a tornar o seguro de vida mais acessível e atrativo. “Empresas que investem nesses produtos fortalecem a marca empregadora e reduzem a rotatividade”, afirma.

O que leva tanta gente a pedir demissão?

A pesquisa Tendências de RH 2025, feita pela Koru e Flash entre outubro e novembro de 2024, ouviu 173 líderes de RH de 65 empresas brasileiras e revelou os principais motivos da rotatividade: insatisfação com salário e com a gestão lideram o ranking. Logo atrás vêm a falta de oportunidade de crescimento, a carga de trabalho excessiva e o estresse que leva ao burnout.

Renan Caixeiro, cofundador do Reportei, alerta que “alta rotatividade significa alta insatisfação. Existem vários pontos de atrito na empresa que precisam ser ajustados”. Ele diz que insatisfações isoladas podem se espalhar rapidamente e virar um problema coletivo.

Mesmo com esses desafios, a maioria das empresas ainda concentra esforços em questões burocráticas do RH e deixa de lado estratégias de desenvolvimento de liderança e engajamento. Esse foco operacional contribui diretamente para a instabilidade no quadro de funcionários.

Como colocar o seguro de vida no pacote de benefícios?

Se você quer implementar o seguro de vida na sua empresa, alguns passos ajudam a fazer isso do jeito certo:

  • Identifique quem está mais exposto: Mapeie funções críticas e veja quais áreas têm maior risco ocupacional.
  • Escolha o modelo certo: Tem opções como Capital Global (valor total dividido entre todos) ou Vida em Grupo (cobertura individual por cargo ou salário).
  • Busque especialistas: Corretoras experientes conhecem as exigências legais de cada setor e ajudam a montar um plano sob medida.
  • Explique para a equipe: Garanta que todo mundo entenda o que está coberto e por quê. Benefício que ninguém conhece não tem valor.

O que fazer agora?

Com a maior taxa de rotatividade do mundo, empresas brasileiras precisam agir rápido. O seguro de vida para funcionários é uma solução prática e acessível para proteger o negócio contra perdas inesperadas e ainda construir uma reputação positiva no mercado.

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