O mundo pós-coronavírus: as impressões de Rubens Ricupero sobre o futuro

Que mundo encontraremos após a pandemia do coronavírus? Que lições teremos aprendido? Como passaremos a lidar com a saúde? Como ficarão aspectos do cotidiano, como as relações de afeto, o mercado de consumo, a espiritualidade? E a economia? Ninguém tem ainda essas respostas.

O resultado vai depender de nossa com­preensão dos acontecimentos, dos posicionamentos da sociedade civil, das atitudes socialmente responsáveis das empresas, dos caminhos adotados pelos governantes. Em resumo: vai depender de nós.

Para tentar antecipar esses cenários, falamos com especialistas em diversas áreas. O resultado você confere nesta reportagem da edição 1207. Nos próximos dias, continuaremos o debate com outros especialistas aqui no site.

A seguir, o depoimento de Rubens Ricupero, ex-ministro da Fazenda e do Meio Ambiente, autor de A Diplomacia na Construção do Brasil (1750-2016):

Uma pandemia, mesmo mais grave que a atual pela taxa de letalidade, é geralmente um acontecimento histórico de grande impacto e intensidade no curto prazo, mas cujos efeitos tendem a se apagar com o tempo. A gripe espanhola de 1918 causou cerca de 33 milhões de mortes.

A “peste negra”, cujo apogeu foi entre 1347 e 1351, provocou a morte estimada de mais de 70 milhões, um terço da população da Europa, às vezes até a metade. Nenhuma delas alterou duravelmente a estrutura política, o sistema econômico e outras características básicas do mundo de então.

A pandemia pode ter impacto devastador, mas dura no máximo alguns anos. Em contraste, o aquecimento global, por exemplo, é uma tendência planetária profunda que vai durar séculos.

A covid-19 pode acentuar a tendência à menor dependência em relação a países como a China, mas não vai reverter a globalização, a intensificação de contatos entre os povos por efeito da revolução da tecnologia da informática e das telecomunicações.

 

 


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