Os principais desafios das empresas que querem zerar a emissão de carbono

Com a crescente importância da agenda ESG nas empresas, algumas companhias estão anunciando planos para zerar suas emissões de carbono. Normalmente, os programas anunciados são de longo prazo, como o da JBS, recém-divulgado. 

Batizado de Net Zero, o plano da multinacional brasileira prevê zerar o balanço de suas emissões de gases de efeito estufa até 2040. A meta é reduzir tanto as emissões diretas quando as indiretas, abarcando os escopos 1, 2 e 3 do GHG Protocol, e compensar toda emissão residual. O compromisso foi formalizado em março em comunicado ao mercado entregue à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

“As mudanças climáticas são o grande desafio do nosso tempo e devemos agir com urgência para combater seus efeitos negativos”, disse Gilberto Tomazoni, CEO global da JBS, em nota.

Assim como a JBS, outras empresas firmaram compromisso de reduzir suas emissões de gases causadores do efeito estufa. É o caso da também brasileira Klabin, produtora e exportadora de papéis para embalagens.

Fundada em 1899 e com 23 unidades industriais no Brasil e uma na Argentina, a companhia teve as suas metas de redução de emissões de gases do efeito estufa (GEE) aprovadas pela Science Based Targets initiative (SBTi).

O compromisso da empresa, divulgado em maio pela SBTi, estabelece a redução das emissões de GEE nos escopos 1 (emissões próprias) e 2 (emissões em energia comprada) por tonelada de celulose, papéis e embalagens em 25% até 2025, e em 49% até 2035, tendo 2019 como ano-base.

“O debate em torno das mudanças climáticas é urgente e precisa resultar em ações práticas, que gerem, de fato, impacto positivo ao planeta”, disse em nota Cristiano Teixeira, diretor geral da Klabin. 

Ed Morata, cofundador da For Futuring, consultoria global que apoia as empresas em suas jornadas rumo à sustentabilidade, explica que o objetivo de zerar as emissões de carbono está sujeito a uma série de obstáculos, que é específica para cada indústria e empresa. Por isso, os planos apresentados pelas companhias são de tão longo prazo.

“Por se tratar, normalmente, de processos complexos, é inevitável que sua implementação seja dilatada no tempo”, afirma. “Por outro lado, ao se levar em consideração a complexidade e o tamanho do impacto nos processos produtivos, comparáveis a alguns dos maiores já vividos por grande parte dos setores industriais, poderíamos concluir que os prazos indicados poderiam eventualmente ser encurtados, mas não em uma grande escala.”

Para o especialista, os obstáculos, em sua maioria, se referem às necessidades de desenvolvimento de novas tecnologias, de mudanças nos processos produtivos e de investimento em bens de capital. “São demandas que ocorrem simultaneamente, o que implica em um comprometimento de recursos humanos anteriormente dedicados a outras tarefas ou um incremento nos mesmos”, conclui Morata.



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