A Polícia Federal faz a Operação Placebo na manhã desta terça-feira, dia 26, no Palácio das Laranjeiras, residência oficial do governador Wilson Witzel. Quinze equipes da PF participam da ação.
A finalidade é a apuração dos indícios de desvios de recursos públicos destinados ao atendimento do estado de emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus no Estado do Rio de Janeiro.
Estão sendo cumpridos 12 mandados de busca e apreensão na capital fluminense e também na cidade de São Paulo. Os mandados foram expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Investigações iniciadas no Rio pela Polícia Civil, pelo Ministério Público Estadual e pelo Ministério Público Federal apontam para a existência de um esquema de corrupção envolvendo uma organização social contratada para a instalação de hospitais de campanha e servidores da cúpula da gestão do sistema de saúde do estado.
A equipe da PF veio de Brasília (DF) e chegou ao Aeroporto Internacional do Rio pouco depois de 5h30m. Há agentes também atuando em um endereço na Avenida Ataulfo de Paiva, no Leblon, na Zona Sul do Rio, e na Rua Professor Valadares, no Grajaú, na Zona Norte, bairro onde morava o governador antes de assumir o mandato.
Esquema de corrupção na saúde
As operações deram continuidade no dia 14, quando foi desencadeada a Operação Favorito pela Polícia Federal, que apreendeu cerca de R$ 2 milhões com os envolvidos num esquema de fraudes em contratos de prestação de serviço para Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) celebrado entre o estado e Organizações Sociais (OSs) de saúde.
Só com o empresário Luiz Roberto Martins, presidente do Conselho de Administração do Instituto Data Rio (IDR), foram encontrados R$ 1,5 milhão em espécie.
O dinheiro estava escondido na casa dele, em Valença, sul do estado. Em entrevista coletiva, realizada na tarde desta quinta-feira, o Ministério Público do Rio (MPRJ) apontou Martins como o chefe da organização criminosa acusada de desvio de dinheiro público