Recessão em 2022 e inflação em 10%: como as projeções do Brasil pioraram

Um dia após o banco Itaú passar a apostar que o Brasil terá recessão em 2022, outra má notícia para as projeções econômicas veio nesta terça-feira, 26. A prévia da inflação no IPCA-15, medido pelo IBGE até meados de outubro, ficou em 1,20%.

Como a política internacional impacta seu bolso e como sair ganhando? Descubra com um curso exclusivo da EXAME.

Este é o pior resultado do IPCA-15 para outubro desde 1995, um ano depois do lançamento do Plano Real. No acumulado de 12 meses, o índice chega a alta de 10,34%, puxado por itens como energia elétrica, combustíveis e alimentos ainda altos após o pico do ano passado. Em setembro, o IPCA-15 também já havia chegado ao pior resultado desde 1994.

É uma queda intensa nas expectativas para o Brasil desde o começo do ano. O IPCA começou janeiro com previsão de alta na casa dos 3%, dentro da meta do Banco Central, cujo teto é de 5,25%.

Desde então, foram mais de 20 revisões para cima da inflação no Focus. A alta nos preços tem sido puxada por frentes como os alimentos, combustíveis e, mais recentemente, a energia elétrica. 

Este cenário tem levado o Banco Central a promover sucessivos aumentos da taxa de juros, para tentar conter o avanço dos preços. Já se projeta que a Selic pode terminar o ano perto de 9% na mediana do Focus, e até em 11% em algumas projeções.

O Banco Central tem voltado a subir os juros neste ano, e a taxa Selic já chega a 6,25%, após ter começado o ano em 2,25%.

Na reunião desta semana do Copom, que termina na quarta-feira, 27, o mercado espera que o comitê suba os juros e chegue a 7,25% ou até 7,75%.

A deterioração do cenário, com juros e inflação alta, além de problemas como o real desvalorizado e o risco político e fiscal, é o que tem feito os bancos e casas de análise reduzirem as projeções de crescimento para 2022.

“Taxas de juros mais altas levarão a uma atividade econômica mais fraca, e agora vemos recuo moderado de 0,5% do PIB em 2022”, escreveram os analistas do Itaú em relatório que chamou atenção na segunda-feira, 25, por ser o primeiro grande banco a revisar a projeção para um cenário de recessão.

Após a queda de 4,1% no PIB brasileiro em 2020 e crescimento em 2021 que pode ficar abaixo de 5%, a recuperação econômica pós-covid-19 tende a ser muito pior do que o previsto.

A expectativa de muitos analistas é que o cenário não melhore antes das eleições do ano que vem, que adicionam boa carga de risco e influenciam em fatores como o câmbio.

Quer saber tudo sobre as variações no mercado? Assine a EXAME por menos de R$ 11/mês e fique por dentro.



Continue lendo

Recomendados

Desenvolvido porInvesting.com
Economia, Todos

Notícias relacionadas

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Preencha esse campo
Preencha esse campo
Digite um endereço de e-mail válido.
Você precisa concordar com os termos para prosseguir

Menu