Reviravoltas do Telegram: quem usa o app para consumir informação política

Por André Jácomo*

Em menos de uma semana, o aplicativo de mensagens Telegram passou por uma sequência de reviravoltas jurídicas e políticas que ameaçaram sua operação no Brasil. Após o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes suspender o funcionamento do aplicativo no país em 17 de março, três dias depois, o próprio ministro revogou sua ordem de bloqueio e o aplicativo voltou a funcionar normalmente. A justificativa dada foi a falta de colaboração do aplicativo em combater a desinformação.

Segundo dados fornecidos pelo próprio aplicativo, são 500 milhões de usuários mensais em todos os países, sendo 21% deles usuários na América Latina. Os países asiáticos são os que mais usam o aplicativo, correspondendo a 38% dos usuários frequentes da ferramenta de troca de mensagens.

No Brasil, a penetração do aplicativo é relevante. De acordo com dados da última pesquisa BTG/FSB, divulgada na última segunda-feira, 29% da população brasileira acima de 16 anos utiliza o Telegram para troca de mensagens. Entretanto, seu uso para consumo de informações políticas é mais restrito: apenas 7% dos entrevistados pela pesquisa disseram utilizar o aplicativo como fonte de informação sobre as eleições presidenciais brasileiras.

Para comparação, a mesma pesquisa BTG/FSB mostrou que o YouTube, o Facebook e o WhatsApp são as redes sociais mais relevantes para consumo de informações sobre política, utilizadas com esse fim por 42%, 39% e 37% da população brasileira, respectivamente. O Twitter, o segundo menos utilizado, possui quase o dobro (13%) de utilidade de informação sobre política do Telegram.

Mas um dado chama a atenção: há um nicho bolsonarista de usuários do Telegram. Enquanto o aplicativo é utilizado como fonte de informação política para apenas 5% dos eleitores de Lula, 13% dos eleitores de Jair Bolsonaro recebem informações sobre a corrida eleitoral pelo aplicativo russo.

Após uma semana turbulenta, representantes do Telegram e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) se reuniram ontem (24/3) e anunciaram parceria para combater a desinformação no processo eleitoral brasileiro.

Os dados completos da pesquisa FSB/BTG podem ser acessados aqui.

*André Jácomo é diretor do Instituto FSB Pesquisa

Este é um conteúdo da Bússola, parceria entre a FSB Comunicação e a EXAME. O texto não reflete necessariamente a opinião da EXAME.



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